É um transtorno de
ansiedade caracterizado por um conjunto de sintomas que se instalam, após a
pessoa presenciar ou vivenciar um evento traumático considerado extremo (apesar
de que algumas pessoas podem desencadear o transtorno, frente a eventos
aparentemente triviais).
A pessoa reage com medo
e impotência, revive de forma persistente o acontecimento e busca evitar
lembrar-se dele. A pessoa apresenta sofrimento psicológico recorrente diante de
lugares e eventos que lembrem a ocorrência traumática; passa a evitar qualquer
possibilidade que leve a reviver o trauma; apresenta um abafamento emocional
(impossibilidade ou dificuldade de sentir prazer = anedonia); e uma
hipervigilância quase que constante. Podem surgir sintomas associados, como
agressividade, violência, falta de controle de impulsos, depressão e
transtornos relacionados a drogas.
A pessoa acometida do
TEPT por vezes apresenta sintomas fisiológicos como taquicardia, tremores,
sudorese, tonturas, o corpo “gelado”, voz “embargada”, dentre outros.
Tais consequências
ocorrem em decorrência da sensação perturbadora de imprevisibilidade e
vulnerabilidade, que rompe violentamente
o senso de segurança. A gravidade do transtorno é maior quando sua origem é
humana, como nos casos de estupro, tortura ou assalto.
O diagnóstico é
definido quando os sintomas duram por mais de um mês após o evento estressor e
afetam de modo significativo áreas funcionais importantes da vida, como a
familiar e a profissional. Os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR para o TEPT
especificam que os sintomas de evitação, revivência dolorosa do evento,
recordações aflitivas, intrusas ou recorrentes e a hipervigilância, devem durar
por mais de um mês. Para pacientes cujos sintomas se apresentam por menos
tempo, o diagnóstico apropriado pode ser o Transtorno de Estresse Agudo – TEA.
O exame do estado
mental por vezes revela sentimentos de culpa, rejeição e humilhação. Testes
cognitivos podem revelar algum comprometimento da memória e da atenção.
O conhecimento sobre esse transtorno decorre
dos estudos sobre as consequências psiquiátricas da exposição humana aos
traumas, como guerras, desastres naturais, abusos, encarceramento em campos de
concentração, estupros, assaltos, etc. Após todas essas situações, os
historiadores e cientistas passaram a descrever o aparecimento dos sintomas do
transtorno, relacionando seus níveis à gravidade do evento.
TRATAMENTO
O objetivo principal da
intervenção é a recuperação do senso pessoal de controle e a estabilidade
emocional. É mover o paciente da situação de dominado e controlado pelo
acontecimento traumático, para o aqui e agora, no uso pleno de suas
capacidades.
O Psicoterapeuta
precisa estar bem capacitado para planejar o processo psicoterapêutico, conforme
as diferenças particulares dos estresses advindos de causas diferentes, e
também identificar com competência qual o nível de estresse em que se encontra
o seu cliente.
A psicoterapia deve
seguir um modelo de intervenção, na crise, com apoio, instrução e
desenvolvimento de mecanismos para lidar com o estresse e, principalmente,
trabalhar a aceitação do evento.
As técnicas de
relaxamento são fundamentais para propiciar um melhor funcionamento
biopsicológico e possibilitar com mais eficácia a aplicação das demais técnicas
psicoterápicas, a exemplo da dessensibilização. As técnicas a serem utilizadas
devem conduzir o cliente para o aprendizado de que é possível não se
generalizar uma experiência particular para a pluralidade de sua existência,
desenvolvendo o senso de gratificação e eficácia pessoal.
A Farmacoterapia deve
estar associada à psicoterapia. Os inibidores seletivos da recaptação da
serotonina – ISRSs, são considerados os tratamentos de primeira linha para o
TEPT, devido à comprovação de sua eficácia, tolerabilidade e segurança. Eles
reduzem os sintomas de todos os grupos de sintomas associados e são eficazes na
melhora dos sintomas exclusivos do TEPT, e não apenas dos sintomas semelhantes
aos de depressão ou de transtornos de ansiedade.
Resultante de um
processo favorável, a pessoa passa de “vítima” para “sobrevivente”, passando a
vivenciar o senso de capacidade de enfrentamento das dificuldades e o senso de
vitória.
Enviado pela psicóloga Bette Araújo - CRP 13/6159 Contato: 83 8850 9974
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