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domingo, 4 de novembro de 2012

Quando chega a Depressão.

Quando a depressão invade uma vida toma posse de seus sonhos, destrói seus objetivos e aniquila suas energias. Pode chegar de forma sutil ou abruptamente, mas nunca sai com facilidade depois que encontra espaço dentro dos corações.

A depressão é como uma névoa que se torna mais intensa à medida que o sol desaparece. Ela aumenta à medida que afasta-se da volição. Sempre busca isolar quem possui, destruir o sentido de sua vida e deixar a existência totalmente sem significado. Estar profundamente deprimido é como morrer e continuar acordado. É tão somente um corpo inerte levado pelos outros, quando os outros existem, para algum lugar.

A água perde o sabor e a comida não ativa o paladar; os perfumes se tornam inodoros; a alegria parece ter deixado de existir. O tempo pára ou, mesmo andando, é como se não pudesse levar a lugar algum. Num estado depressivo, morrer ou viver, não faz diferença, pois nem uma coisa nem outra entusiasma o moribundo.

Quando a depressão chega, cega os olhos da esperança e ensurdece os tímpanos, impedindo o ouvir das vozes estimulantes. Toda atenção do deprimido se volta para o caos. A dor é mais forte, o escuro mais sombrio, a fraqueza mais intensa e a vontade totalmente escassa. 

A depressão torna sem efeito o brilho do carro novo, retira o propósito da vida, envelhece a casa nova, apaga os efeitos da beleza, abate os pensamentos bons e eleva a consciência para a percepção do desvalor.

Lidar com alguém deprimido é como trabalhar por duas vidas. Muitas vezes necessita andar por si e pelo outro, falar pelos dois, pensar pelos dois e dirigir as duas vidas. Ao lado do deprimido só a persistência pode prevalecer, pois seu estado pode ser tão doloroso que chega a contagiar o sentido da vida do outro.

Mas o deprimido, como qualquer doente, necessita de cuidados especiais. Precisa ser compreendido, ajudado e motivado. Quem abandona um ente num momento de depressão entrega uma vida nos braços da morte. É como se enterrasse, vivo, alguém que pede socorro.

Apesar de toda a sequela que o estado depressivo proporciona é possível sair dele. Para tanto, além dos imprescindíveis processos psicoterápicos e farmacológicos, o acurado apoio dos que rodeiam o paciente e a persistente vontade dos cuidadores podem servir de base motivacional para o erguer-se novamente.

Ao lidar com um depressivo não se deve concordar com seus pensamentos mórbidos e desistir de lutar. É importante persistir, estimular, sempre conversar, proporcionar momentos de prazer, sair para caminhar, "carregar" se necessário, mas nunca abandonar ou deixar para trás. Quem está deprimido não tem condições de pedir e, muitas vezes, os cuidadores precisarão "adivinhar" suas necessidades. Tirar um depressivo do seu estado de anormalidade é como livrar uma vida do precipício e da morte.


Joacil Luis  -  Psicólogo - CRP/13 6160   Contato: 83 8745 4396.

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