O foco - capacidade de manter a atenção sustentada em uma determinada direção - poderá exercer importante influência na vida das pessoas. Dependendo da inclinação de foco de alguém, existirá ou não uma vida mais saudável, mais feliz e mais próspera. Geralmente, muitos são prejudicados por focarem coisas negativas e infrutíferas, quando deveriam valorizar o que há de melhor para ser estimado. O foco é responsável pela aquisição de muita coisa, inclusive daquelas que são indesejadas.
Imagine um aluno que fez uma excelente apresentação em um seminário na sua turma. A maioria aplaudiu e o professor elogiou. Mas, no fundo da sala, dois colegas menearam a cabeça no sentido negativo, desaprovando a apresentação. A partir disto, o aluno despreza o comentário do professor, desvaloriza os aplausos da maioria e passa a focar (direcionar sua atenção) para os dois que não gostaram da apresentação. É provável que o foco na minoria insatisfeita anule o efeito bom da aprovação dos outros. Isto porque é o foco que estimula as emoções relacionadas ao evento em evidência. Neste caso, as emoções de ansiedade, medo e angústia, por não ter agradado a dois colegas.
Quando o foco de alguém direciona-se para alguma coisa positiva, as emoções agradáveis serão estimuladas e produzirão boas sensações. Mas, quando ocorre o oposto, emoções negativas passam a administrar os comandos cerebrais, motivando um comportamento de fracasso, mau humor, angústia e perda de vontade.
Na depressão, por exemplo, existe um foco exacerbado no passado. Os acontecimentos ruins, as saudades, as decepções e muitas coisas negativas, que já aconteceram, continuam presentes na memória do depressivo, através do foco. Toda sua atenção se volta para um passado triste, que não existe mais.
No lado oposto da depressão, a ansiedade tem foco direcionado para o futuro. O ansioso antecipa fatos imaginários, que poderão nunca existir, mas que ruminam constantemente em sua mente, como se estivessem ocorrendo naquele momento. É, portanto, o foco que estimula muitos comportamentos, tanto funcionais quanto disfuncionais.
O ideal, então, é que as pessoas aprendem a exercitar o foco para tomar uma direção que conduza a fatos positivos. Focar a saúde, antes de valorizar uma pequena enfermidade. Olhar em direção daquilo que ainda possui, antes de se lastimar pelo que perdeu. Considerar o que ficou, ao invés de "morrer" pelo que foi embora.
Evidentemente, não se consegue um foco positivo repentinamente. Isto exige treino e dedicação. Faz-se necessária força de vontade e coerência para manipular o foco de maneira que proporcione bem-estar. Um defeito humano, capaz de prejudicar o andamento normal do corpo, é ignorar mil aplausos recebidos, e focar um único eco de vaia.
Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160 Contato: (83) 8745 4396.
Nenhum comentário:
Postar um comentário