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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Bullying - A covardia que não tem fim.

Sem pretender entrar em termos mais técnicos sobre o assunto, considero de suma importância caracterizar o Bullying como um ato covarde onde um ou mais agressores usam de violência contra outros, escolhidos por algum traço "incompatível" com seus protótipos comportamentais. Para estes "valentões" não basta discordar de quem não tem suas características; é preciso coibir com insultos, apelidos e intimidações de todas as formas possíveis.


A covardia aparece quando os "bulinadores" necessitam de um público fragilizado e com menor força, para exercerem a crueldade. Por que eles não procuram alguém do tamanho deles? Talvez isto seja uma forma inconsciente de demonstrarem que não são tão fortes quanto se assumem. É possível que necessitem humilhar os mais "fracos' numa tentativa disfuncional, inadequada e tirana e se autoafirmar.

Talvez os agressores não saibam o quanto são "doentes" em suas emoções, em suas atitudes e em seus comportamentos. Eles podem não saber que lhes falta habilidade para dialogar e para conviver com o diferente. Quem sabe se em alguma fase da vida deles foram atormentados por algum "gigante" metido a valentão? Há uma teoria que sugere que todo agressor pode já ter sido agredido. Se isto for verdade, os "bulinadores" são apenas frágeis indivíduos carregados de ódio e vitimados por seus próprios sentimentos ruins. Talvez nunca tenham aprendido a resolver os próprios conflitos. São dignos de pena, mas que também sejam merecedores de correção. 

O papel dos pais das vítimas deve ser o de ouvintes, investigadores, conselheiros e protetores. Eles precisam ensinar a seus filhos como lidarem com estes "covardes" disfarçados de alunos. Lembrando que o bullying não ocorre apenas no contexto escolar. Muitas vezes, a única forma de lidar é não convivendo. Muitos alunos carecem ser afastados ou transferidos de suas escolas, para não se tornarem presas desses "canibais emocionais". Os pais necessitam fazer seus filhos confiarem neles em todos os momentos. Um grande erro dos que sofrem bullying é se aliarem ao silêncio. Devem ter liberdade para se comunicar em casa e para expressarem tudo que sentem. 

Quem recebe um filho triste e moribundo em casa, após a saída da escola, deve investigar de todas as formas o motivo daquilo que o entristeceu. Ignorar o silêncio deles pode causar muito prejuízo, inclusive a depressão e morte. Muitos jovens, cercados por estes agressores desalmados, já enveredaram pelo suicídio, acreditando ser esta a única solução.

E os pais dos agressores? Estes, talvez, tenham uma responsabilidade maior, pois seus filhos costumam chegar sempre sorrindo em casa. Mas, nem sempre o sorriso expressa alegria. Algumas vezes, ele pode apenas sugerir uma satisfação malévola caracterizada por prazer em ter ofendido ou maltratado alguém. Pais de todos os tipos precisam aprender que, quando se tratam de crianças e adolescentes, sorrisos e silêncios podem igualmente representar um "perigo" paralelo. 

Em suma, não desejo culpar os pais pelas transgressões dos filhos, apesar de acreditar que, se forem mais atentos, presentes e prudentes, poderão evitar muito dano. E, não poderia deixar de questionar o que muita gente gostaria de saber: Onde os agressores aprenderam que o maior deve humilhar aqueles que são considerados "menores"? Em que fase de suas vidas viram algum exemplo que pudesse seguir? Teriam aprendido esta forma espúria de comportamento em algum programa de TV? Será que pais de crianças violentas costumam se tratar de forma agressiva dentro de casa, passando este modelo para seus filhos? Teriam tais crianças nascido com esta horrível forma de lidar os semelhantes?

Acredito que apenas uma discussão sobre o tema pode ser muito pouco para encontrar as respostas para estas perguntas. Talvez a solução para o bullying não esteja na escola, nem nos professores, mas dentro da casa de cada um deles. Mas, isto só seria comprovado se as famílias se juntassem aos profissionais da educação, da saúde, da psicologia e de muitas outras áreas para se dedicarem a encontrar a raiz deste mal e extirpá-la definitivamente.

Enquanto isto não acontece, muitas outras vítimas poderão surgir diariamente e muitos corações ainda sofrerão a dor de uma crueldade provocada por pessoas que carregam de forma invisível dentro de si, o deseja insano de ofender ao próximo.

Joacil Luis  - Psicólogo - CRP 13/6160             Contato: 83  98745 4396  99962 5283 (Whatsapp).

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