Na época de matricular os filhos na escola, muitos pais questionam sobre qual delas é a melhor. Pedem informações aos colegas ou a familiares e fazem todo esforço para que os filhos entrem na melhor opção. Muitos procuram uma escola cara, acreditando que isto deve ser um critério importante na hora da escolha. No entanto, é bom observar algumas recomendações antes de decidir qual a melhor escola para os filhos.
A boa escola tem condições de adaptar-se às necessidades da criança. Em regra geral entende-se ou divulga-se que as escolas têm normas que devem ser seguidas pelas crianças. Isto é uma verdade e faz bem para as crianças aprender a seguir regras. Porém, cada criança possui um jeito especial de ser. É como se cada uma possuísse sua regra individual. Algumas são caladas, outras ousadas, outras alegres e extrovertidas e outras tímidas e acomodadas. A escola precisa entrar no mundo individual da criança. Necessita conhecer seus pensamentos, suas crenças individuais, seus medos e suas capacidades. A escola ideal não trata todas as crianças iguais sem antes conhecê-las separadamente. As normas escolares são para a coletividade, mas precisam ser flexíveis para as exceções individuais. A escola que, no primeiro dia de aula pede para uma criança com problemas de gagueira, fazer um discurso para seus colegas, corre o risco de expor aquela criança à zombaria dos colegas e prejudicar ainda mais seu desempenho de linguagem. Isto não significa que tal criança não deva ser estimulada a falar em público, mas deve ser feito na hora certa e da forma correta. Mesmo que a escola tenha a "regra" de todos falarem na frente dos colegas no primeiro dia de aula como uma forma de interação, este é um caso que merece mais cuidado na aplicação da norma.
A escola ideal busca incutir o conhecimento na criança antes de procurar fama e divulgação de sua "marca". Muitas escolas exigem que os alunos sejam os melhores, os mais aplicados, os que possuem melhor desempenho em tudo. Querem que seus educandos sejam reconhecidos na cidade como os mais aprovados em testes extracurriculares, e, muitas vezes, pode ser que esta preocupação esteja mais a nível de promover a instituição como "a melhor" do que em formar alunos capacitados. Quando isto é provável, a escola costuma rejeitar aqueles que não atingem as metas estabelecidas e abrir os braços para os "inteligentes", que se adequaram às exigências estabelecidas. Evidentemente, quando as escolas cumprem o papel de educar corretamente, crescem em fama e popularidade. Mas esse não deve ser o objetivo da escola ideal, pois ela busca promover a educação do aluno e não sua "marca".
A boa escola não é a que reprova. Assim como o doente não vai ao hospital com o propósito de morrer, mas de ser curado, os alunos não são matriculados nas escolas para serem reprovados, mas aprovados. Para isto, a instituição precisa promover meios que favoreçam a aprovação legal dessas crianças. Torne-se claro que aqui existe exceções. Quando um aluno considerado sadio física, mental e socialmente, não quer aprender, ele não aprenderá. Isto é fato. Só fica complicado acreditar que exista alguém assim. Mas quando um aluno não aprende, algo pode estar errado em alguma esfera de sua vida. Pode ser na esfera física (algum problema de saúde, desnutrição, etc), mental (algum transtorno, déficit intelectual, etc) ou social (problemas familiares, bullying, etc). A escola necessita, antes de excluir um aluno ou reprová-lo, identificar as causas de seu desinteresse e reunir-se com a família para expor o assunto, com orientações para que procure ajuda.
Para os pais, assim como para qualquer responsável, escolher a escola ideal para matricular o filho é uma tarefa complicada. Existem muitas outras dicas importantes que podem ser seguidas, mas que não cabem neste artigo. Os pais não devem esquecer, principalmente, de perguntar aos filhos o que acham da escola escolhida para eles estudarem. A opinião dos filhos pode ser importante na hora da decisão.
Joacil Luis - Psicólogo - CRP13/6160 contato: (83) 8745 4396.
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