Um número consideravelmente grande de fatores pode estar por trás das causas que dificultam o aprendizado em uma criança. Um pai inexperiente pode, algumas vezes, confundir esses obstáculos da aprendizagem e não agir de forma correta com o filho que não vai bem na escola. Vejam alguns pontos a serem considerados, antes de taxar a criança de preguiçosa ou desinteressada:
O ambiente escolar
A própria estrutura física da escola deve ser considerada quando se vai colocar uma criança para aprender. Escolas com salas de aula escuras, quentes, próximas à rua com muito tráfego de veículos, sem locais adequados para a criança brincar no recreio e sem condições de conforto, podem ser consideradas como inadequadas para facilitar o interesse do aluno pelo aprendizado. Se a criança tem em casa um ambiente silencioso, ventilado e espaçoso, certamente terá dificuldade de adaptação quando tiver que frequentar uma escola sem as mesmas condições. A criança que é forçada a estudar em um ambiente desagradável, associará o incômodo do local ao estudo. Passará a interpretar o comportamento de estudar como algo desagradável.
A equipe de educadores
Nem todo professor de criança tem habilidades para lidar com os pequeninos. Muitos estão na profissão apenas por falta de opção ou pela oferta financeira oferecida. Isto pode levar a uma relação professor-aluno sem muito progresso. O professor de criança deve ser alguém habilidoso; capaz de observar pequenos detalhes; apto para saber estimular o aprendizado de diversas formas, de acordo com a individualidade de cada criança; pronto para encerrar a aula no momento oportuno e para brincar quando for necessário. Deve, ainda, ser tolerante, sem perder o respeito; ser disciplinador, sem ser agressivo; ser educador, sem ser impositor; ser capaz de identificar a criança doente, a triste, a chateada, a desconfiada, a que sofre, a tímida e a feliz.
A metodologia da Escola
A forma como uma escola acolhe seus alunos pode representar um grande diferencial no aprendizado. Escolas com sistema de educação pautado pela rigidez, pelo regime autoritário e pela falta de empatia podem gerar alunos frios, frustrados ou desinteressados pelos estudos. A criança precisa ver o aprendizado como algo necessário e prazeroso. Precisa saber porque tem que estudar, e não apenas receber uma ordem que tem que aprender tal assunto. Neste caso, a flexibilidade deve ser uma boa opção para compor a metodologia de uma escola. Assim, quando uma criança não gostar de matemática porque não gosta de números, poderá se interessar pela soma de vários animaizinhos que goste.
Existem muitos outros fatores que podem influenciar o desinteresse da criança pelos estudos. Nem sempre a responsabilidade está na escola. Muitas vezes é na casa da criança ou na dinâmica familiar que reside o problema. Por fim, pode ser que, depois de todos esses itens serem averiguados, deva-se investigar a própria criança, para ver se há atraso no desenvolvimento, déficit cognitivo, TDAH, birra, etc.
Para investigar os problemas diretamente relacionados à criança, pode ser necessária a ajuda de um profissional da psicologia, mas muita coisa pode ser averiguada pelos próprios pais antes de levarem os filhos ao psicólogo. Não é prudente, portanto, taxar uma criança de preguiçosa ou desinteressada, sem antes fazer uma minuciosa investigação sobre os fatores acima citados. As crianças são seres em formação. Aprenderão tudo que lhe seja ensinado de forma correta, coerente e adequada. Mesmo aquelas que possuem alguma limitação física ou mental, poderão absorver aprendizado. Umas mais e outras menos, mas todas podem aprender algo quando lhes é bem ensinado.
Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160 contato: 8745 4396.
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