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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A bondade

A bondade não é um simples comportamento que se aprende com a observação de pessoas altruístas. Não é, também, algo que se pratique por esforço, como forma de atrair a atenção dos demais. Não se pode, ainda, dizer que seja um simples sentimento, que influencie as tomadas de decisões de cada pessoa. A bondade é mais que meras emoções movidas pelas circunstâncias. Ela não precisa ser disfarçada nem necessita de que uma catástrofe ocorra, para se manifestar.

Quem tem bondade no reservatório das atitudes, pode perceber a vida com mais cores e maior significado. Não necessita da influência do meio nem dos aplausos sonoros daqueles que elogiam, mas não conseguem fazer o mesmo. 

A bondade é mais que um sentimento. É preciso muita razão para seguir seus impulsos. A bondade desprende-se da emoção quando doa o que é necessário em lugar do que se é desejado. Ela age como um médico que corta para curar, mesmo que no princípio seja dolorido. 

Bondade não é leviana, não se precipita nos comportamentos, não deseja que os outros se curvem diante de seus atos, não ergue um mastro com a lista de seus favores nem permite que se toque uma buzina para anunciar seus feitos.

Nem todo ato com aparência boa pode ser aceito como proveniente da bondade. Da mesma forma que um pintor poderá escrever um poema sem ser poeta, pessoas podem ter práticas boas sem que possuam a bondade. Isto pode acontecer por imitação. Quando um faz e é aplaudido, outros copiam para receberem a fama. 

Quando ocorre uma grande catástrofe, muitos correm para ajudar as vítimas. Na dor a maioria costuma ser solidária. No entanto, quando o efeito do desastre se ameniza, os que não são bons voltam a praticar seus comportamentos infrutíferos. A comida que deu ao desabrigado se transforma no ódio que nutre pelo vizinho que o desagrada. 

Sem a bondade, os problemas são resolvidos por meio da violência. Um homem que foi "bom" ontem, salvando vidas no meio de uma enchente, hoje agride uma senhora que lhe faz, precipitadamente, uma ultrapassem perigosa. A bondade, quando é verdadeira, cresce no coração e domina os comportamentos. Vale muito pouco ser bom quando todos estão sendo solidários. Tem maior valor a bondade que volta para casa com quem foi gentil na rua. Serve mais a bondade dos pais que tratam os filhos da mesma forma que lidam com seus superiores. Ajuda mais a bondade dos casais quando se comportam em casa da maneira que se deixam observar pela sociedade. 

Ser bom pode não ser fácil, mas trará muito maior benefício do que viver uma vida disfarçada com uma bondade que só aparece quando a maioria está por perto.


Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160   contato: (83) 8745 4396.

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