Pesquise um tema aqui

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Criança: Adquirindo confiança ou desconfiança no primeiro ano de vida.

Segundo a teoria de Erik Erikson, a criança de até um ano de idade poderá aprender a confiar ou desconfiar, de acordo, principalmente, com a relação que desenvolva com a mãe. Nesta idade, a forma como se lida com o bebê poderá influenciar em seus comportamentos futuros, ligados à confiança e à desconfiança. Este é, portanto, um período em que as pessoas que convivem com a criança devem atentar para proporcionar cuidados que lhe façam sentir-se confiante e tranquila.

O principal passo, nesta etapa do desenvolvimento, é dado pela própria mãe. Esta deverá atentar para cada necessidade do filho, não faltando com os cuidados básicos de higiene, afeto, alimentação, etc. Sempre é bom lembrar que o exagero deve ser evitado, no intuito de não superproteger. Entretanto, não se deve deixar o bebê a mercê de sua própria sorte, sentindo frio, fome, sujo e sozinho. Quando isto ocorre por um longo período de tempo, é provável que o desenvolvimento da confiança, tanto em si quanto no outro, possa ser prejudicado.

Quando uma criança, nesta idade, não tem um local tranquilo para dormir, precisando acordar várias vezes, por barulhos excessivos ou por outros motivos, poderá contrair o entendimento de que não deverá confiar suficientemente para poder relaxar totalmente e descansar. No futuro, haverá possibilidade de se tornar um adolescente ou um adulto assustado, a ponto de não conseguir atingir um sono tranquilizador.

Isto poderá se assemelhar à planta, cujas raízes encontram uma terra fértil para se desenvolver. Quanto melhor a terra, mais profundas conseguirão ser. E, quanto mais profundas forem as raízes, mais resistente se tornará a árvore. Não se pode plantar uma árvore adulta e esperar que se desenvolva, pois quando se mexe em suas raízes, tira-se a capacidade de se firmar. Assim, as raízes psicológicas da criança se desenvolvem a partir do nascimento. Cada grupo de raiz sustenta uma área. Até os primeiros 18 meses, estão crescendo as raízes da confiança. Se encontrarem bom ambiente, afeto, amor, atenção e cuidados, poderão oferecer boa sustentação para as relações futuras. Crianças sem raízes de confiança, poderão ser adultos desconfiados, inseguros e "fracos" para enfrentar o mundo.

O mais importante disso é que são os pais os grandes responsáveis por este "enraizamento" da confiança dos filhos. Ignorar os cuidados da criança nesta etapa é deixá-la entregue a própria sorte. Muitos pais entregam seus pequeninos a "estranhos". Confiam demais nos cuidados da tia da creche, da babá, etc. Tem mãe que faz de tudo para não ficar um minuto com seu filhinho no colo. Precisa lembrar-se o quanto isto poderá "enfraquecer" o bebê. 

Segurar com carinho, abraçar, afagar, beijar, alimentar adequadamente, cuidar da higiene, fazer adormecer com segurança e estar sempre protegendo (sem exageros) é a forma mais sadia de estimular a confiança do bebê.  

Os pais não devem mais viver apenas para si. Depois que geram uma criança, precisam dedicar parte de suas vidas ao recém-chegado, pois assim como um turista precisa de guia em uma terra estranha, ele necessita que lhe ensinem como viver no seu mundo novo. 

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160      Contato: (83) 8745 4396.

Nenhum comentário:

Postar um comentário