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segunda-feira, 7 de abril de 2014

É psicológico, mas é um problema!

Muitas pessoas, inclusive da área de saúde, costumam subestimar os problemas psicológicos, que acometem um grande número de pessoas, na atualidade. Tem sido cada vez mais frequente as frases: "não era nada. O médico falou que era tudo psicológico". E, com isso, o paciente passa a ser tratado como se não tivesse problema algum. Muitos ainda passam a olhar de forma desconfiada para a pessoa com problema, como se ela fosse uma causadora voluntária daquilo que se passa em sua vida. Cabe, portanto, ressaltar que problema psicológico é "problema". E, muitas vezes, poderá ser mais grave do que uma doença física e palpável.

O que é um problema psicológico?

Trata-se de uma "desordem" em nível de pensamento, emoção e comportamento. O desajuste em uma dessas áreas poderá prejudicar as outras. Uma alteração na forma de pensar ou de interpretar os eventos da vida podem prejudicar as emoções e levar a comportamentos mórbidos. Muitas vezes, o comportamento sofre a influência das emoções e dos pensamentos. Mas, estes também podem ser alterados a partir de manejos errados na forma de se comportar.  Portanto, um problema psicológico é algo que necessita ser identificado e "tratado", tanto quanto qualquer desordem fisiológica. 

Tratar um distúrbio psicológico como algo que não merece o devido valor é um erro grave que tem levado muitos a caminharem errantes à procura de medicamentos, que nunca atingem a fonte principal do problema. Um distúrbio emocional que eleva o nível de ansiedade, por exemplo, poderá desencadear uma série de sintomas físicos, como: dor de cabeça, aceleramento dos batimentos cardíacos, sudorese, tremor, problemas intestinais, etc. Uma pessoa com estes sintomas poderá incorrer no erro de ingerir muitos fármacos para curar os problemas físicos, mas nunca ficará bem sem que resolva os "distúrbios" emocionais que ativam a sintomatologia.

Ter um problema psicológico não é algo que alguém faça por sua própria vontade. Isto poderá ocorrer por uma série de fatores que se estende desde a vida intrauterina até os seus dias atuais. A forma como foi educada, as pessoas com quem conviveu, os traumas que sofreu, os eventos que presenciou, podem contribuir para que uma subjetividade (forma individual de interpretar o mundo) seja construída. A partir disto, os fatos da vida são filtrados ou interpretados pela influência de suas experiências. 

Ninguém, voluntariamente, deseja ficar chorando o dia inteiro, pedindo a atenção dos outros para si (mesmo que isto pareça algo que se faça deliberadamente), para ter alguém por perto. Tanto neste caso quanto em muitos outros semelhantes, existe algo errado em seu mundo psicológico. Alguém que choraminga e que implora uns minutos de atenção poderá ser um carente, que precisa muito mais do que de uma pessoa lhe gritando para tomar jeito. Certamente, necessita de cuidados especiais. Os "fortes" deveriam procurar se colocar na vida dos "fracos", ao menos uma vez, para tentar compreender seus sentimentos. 

Uma pessoa com problemas psicológicos é alguém que tem uma "doença" invisível, não palpável e em um nível onde a medicina poderá sentir dificuldade de explorar. Poderá ser tão mais fácil extrair um tumor cerebral, do tamanho de um grão de arroz, a retirar um pensamento de morte da mente de um suicida. Mas, o pensamento de morte é "apenas" um problema psicológico. Só que isto tem levado muitos à sepultura. Não se deve desvalorizar as disfunções mentais de uma pessoa, simplesmente por não ser capaz de entendê-las, vê-las ou tocá-las. 

Basta, ao tratar com alguém psicologicamente abalado, uma dose de compreensão, um encaminhamento para um profissional da área e a certeza de que todos poderão "adoecer", em qualquer momento e em qualquer área da vida. 


Joacil Luis  -   Psicólogo - CRP/13 6160    Contato: (83) 8745 4396.

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