Limites não são tipos de ameaças que os pais elaboram para os filhos, a fim de puni-los, caso cometam alguma "infração". Não se trata de mostrar para os pequenos, de forma violenta e grosseira, que eles são os mais "fracos" e que devem obediência aos pais, que são "fortes". Também não devem ocorrer motivados pela ira, raiva, ódio ou desespero. Os limites são necessários, mas necessitam ser desprovidos de qualquer vínculo ameaçador, amedrontador e humilhante.
Os limites são as regras que as crianças devem seguir de acordo com aquilo que os pais ensinam, para que se comportem bem em família, em sociedade e no mundo. Eles servem para aperfeiçoar o comportamento, estruturar as intenções e fortalecer atitudes louváveis. Eles são variáveis importantes para determinar a forma como cada criança interpreta os eventos da vida e interage com eles.
Como cada família poderá ter costumes diferentes, algumas normas dos limites podem variar de acordo com os hábitos de cada uma. Em uma casa onde os pais costumam dormir muito tarde, poderá ser que a hora das crianças irem para a cama seja mais estendida. Em outra, porém, esta norma poderá seguir um outro cronograma.
Entretanto, existem limites que são universais e que precisam ocorrer fora dos padrões familiares. São os limites sociais. A maneira de tratar os mais velhos, o respeito para com os colegas, a aceitação de normas e muitas outras regras semelhantes a estas, mesmo devendo ser ensinadas em casa, têm uma repercussão que vai além das fronteiras da família.
Independente do tipo de limites que se pense, o conceito geral do termo se refere a necessidade de se obedecer determinadas normas. Toda criança necessita, para que se desenvolva funcionalmente bem, receber limites. Quando os pais negligenciam este fato, as consequências podem ser desastrosas. Alguém que foi criado sem regras pode desenvolver comportamentos desrespeitosos, vida desregrada, quebra de protocolo, dificuldade em aceitar comandos, etc.
Os limites devem ser ensinados desde a primeira infância. Sempre com carinho e dedicação. Nunca como algo afrontador e terrivelmente imposto. Para que uma criança aprenda a respeitar os limites é necessário apenas que sejam ensinados desde os primeiros momentos de vida.
Pais que não respeitam regras poderão não saber limitar os comportamentos dos filhos. Isto acaba em confusão, quando confundem um comportamento motivado pela falta de limites com algo praticado deliberadamente pela criança. Se uma criança é ensinada que não deve ser agressiva com os mais velhos, é pouco provável que ela quebre esta norma. Só que a melhor forma de ensinar é com o exemplo. Quando a criança ver os pais gritando com os avós, aprende que isto é uma maneira correta de tratar os idosos. A partir disso, um comportamento de desrespeito é ensinado de forma tão forte que, no futuro, esta criança poderá tratar seus pais da mesma forma que os viu tratando os deles.
Ensinar os limites é tão importante quanto ensinar qualquer outra coisa aos filhos pequenos. Sem limites, crianças poderão se tornar rebeldes, insensíveis, vândalos e obcecadas pelo mal. Se os pais ensinarem os limites, carinhosamente, aos seus filhos pequenos, o Estado não precisar usar a força, para impor as normas quando eles se tornarem "grandes".
Joacil Luis - Psicólogo - CRP/13 6160 Contato: (83) 8745 4396.
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