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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Leitores de Mente

A tentativa de ler a mente do outro é um comportamento não muito raro nas pessoas. Tipicamente isto costuma ocorrer mais nas pessoas ansiosas, depressivas e duvidosas quanto à própria capacidade. A pessoa passa a agir de acordo com uma resposta que o outro "talvez" viesse a dar. Desta forma, tem muita gente deixando de falar o que sente ou de opinar sobre alguma coisa, por acreditar que as outras pessoas vão pensar "isto ou aquilo" sobre o que falariam. Os "leitores de mente" são pessoas medrosas ou agressivas que vivem se defendendo de uma resposta que o outro nunca deu.

Em uma relação amorosa, quando um dos parceiros costuma querer ler a mente do outro, os conflitos fluem com muita facilidade porque um pensa que, se falar algo, o outro vai dizer alguma coisa desagradável. Costumam dizer: "já o conheço... vai falar desse jeito... não vai gostar... ele sempre age assim". Estas "previsões" tendem a impedir a comunicação e trazem sofrimento no relacionamento.

No colégio, os leitores de mente sentem muita dificuldade quando precisam apresentar algum seminário. Eles ficam observando as pessoas e interpretam qualquer sorriso, movimento ou cochicho como uma expressão de que não estão gostando daquilo que apresentam. Isto tem levado muitos estudantes a recusar apresentar trabalho diante dos colegas.

No trabalho, quem tem este hábito vê os colegas como perigosos e ameaçadores. Sempre vive acreditando que estão olhando tudo o que faz. Quando comete um pequeno erro, acredita que todos estão pensando que é "burro",  "incapaz" e "incompetente".  Passa a isolar-se. Faz tudo sozinho, e prefere não ter alguém por perto, quando desempenha alguma função. 

Para os leitores de mente, um sorriso poderá ser indicativo de deboche. Eles veem os outros com desconfiança e sempre se sentem maltratados pelos pensamentos alheios. 

O hábito de querer ler a mente alheia é um comportamento motivado por pensamentos distorcidos da realidade. Sempre se deve confrontar os pensamentos com as reais possibilidades deles serem verdadeiros. Questionamentos paralelos devem ocorrer, para avaliar o grau de veracidade desses pensamentos. 

Quando alguém é tentado a pensar que outra pessoa está falando algo mau sobre ele, pelo fato de cochichar com um amigo, deve se perguntar: que outra coisa eles podem estar falando, que não seja algo sobre mim? Qual a verdadeira evidência de que estejam comentando sobre minha vida?

Perguntas desse tipo podem ajudar a diminuir a influência dos pensamentos de poder ler a mente alheia. Agindo assim, os pensamentos de suposição não dominarão os comportamentos.  É bom lembrar que há sempre outra coisa em que o outro possa estar pensando.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/ 6160   Contato: (83) 8745 4396.

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