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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Encoprese - Incontinência fecal na infância.

Encoprese refere-se a uma condição na qual a criança perde, ou ainda não consegue adquirir, o controle sobre a defecação. Em alguns casos, depois de um período tendo normal controle esfincteriano, perde inesperadamente tal capacidade e passa a ter crises de "fazer cocô" na roupa. Em outros casos, a criança, já em uma idade onde deveria ter controle fecal, não consegue apresentar tal evolução no seu desenvolvimento. O problema poderá ocorrer com ou sem retenção de vezes (prisão de ventre).

A encoprese deve ser observada quando a criança possui idade mínima de 04 anos e ainda não consegue ter controle sobre a defecação. Neste quadro poderá haver evacuação de fezes em locais impróprios, como: na roupa, em cima de brinquedos, no chão, etc.  Não há necessidade de que o comportamento seja muito repetitivo, para o diagnóstico do problema. Se a criança fez cocô na roupa apenas uma vez no mês, durante três meses consecutivos, já deve ser despertada a atenção dos pais para o problema. Devem ser desconsideradas tais observações se a criança estiver com diarreia, devido a alguma alimentação inadequada que tenha ingerido.

Muitos fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento deste problema. Os principais são: falta de instrução correta por parte dos pais para a criança usar o banheiro, problemas emocionais, perdas, divórcio dos pais, chegada de um novo irmão, falta de habilidade da criança em lidar com frustrações, etc.

Como algumas crianças encopréticas sofrem de muita prisão de ventre, o tratamento poderá incluir uso de laxantes ou outros fármacos, de acordo com a prescrição do pediatra. A psicoterapia poderá, também, ser de grande auxílio na resolução do problema. A criança aprenderá, com o psicólogo, a lidar melhor com suas emoções e a reorganizar comportamentos inadequados sobre a defecação. No processo de terapia, evidentemente, o papel dos pais é imprescindível para um bom resultado.

É bom lembrar que, devido ao constrangimento de ter sujado a roupa em momentos inoportunos (às vezes, na escola ou em uma festinha), a criança poderá desenvolver sentimentos de tristeza e baixa autoestima, o que tornará o quadro ainda mais difícil.

Os pais que constatarem ou desconfiarem da existência da encoprese em seus pequeninos, devem procurar ajuda o quanto antes. Quanto mais o problema for protelado, maior poderá ser o desgaste emocional na criança. Em alguns casos, poderá ser necessário exame de imagem (raio x), para verificar o nível de constipação presente. 

Tratar a criança encoprética como se fosse culpada por seu comportamento não é correto e gira em torno da ignorância dos próprios pais. Estes devem procurar entender o problema e fornecer as informações necessárias para que os profissionais qualificados possam ajudar a resolver. 

A omissão de conflitos entre casais, a negação de que a criança passou por situação traumática e o comportamento de desatenção ao problema, por parte dos pais, poderá deixar o quadro sem solução por muito tempo, podendo fazer a criança mergulhar na vergonha a que é submetida cada vez que suja a roupa de cocô. Portanto, o quanto antes a criança for cuidada, menos sequela psicológica poderá desenvolver.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP13/6160       Contato: (83) 8745 4396.

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