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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Adolescente Rebelde - Como entender?

Por não conseguir entender os comportamentos dos filhos adolescentes, muitos pais se desesperam e não conseguem administrar determinadas situações na convivência. Buscar entender as motivações da rebeldia, talvez, seja a melhor forma de cultivar uma relação pacífica. É possível que, compreendendo melhor, os pais consigam harmonizar o convívio. Lembrando que compreender, não significa concordar, mas encontrar meios mais funcionais para intervir.


Adolescentes têm uma tendência natural à rebeldia. E isto não significa apenas quebrar regras ou ser opositor, mas representa uma busca incessante pela novidade e pelo aprendizado. Eles desejam abrir outras portas e examinar outras ideias, sugerindo um tom irreverente ou insubordinado. Nesta hora, os pais necessitam manter o controle emocional para não se deixarem motivar pela raiva ou tristeza. 

É comum que quando os filhos rejeitam o "conselho" dos pais e seguem as "dicas" dos colegas, ocorra um ressentimento que poderá conduzir a um mal-estar familiar. Uma dica importante é os pais procurarem deixar para conversar sobre a "rebelião" depois que os sentimentos negativos (raiva, tristeza, etc) tiverem diminuídos. 

Um pai que "aconselhou" o filho a não viajar de moto, por exemplo, e recebe a notícia de um acidente onde o adolescente está envolvido, deve racionalizar o que é prioridade no momento. Será mais importante cuidar do filho acidentado ou dá-lhe uma bronca enquanto ainda  está no chão? 

O espírito aventureiro dos adolescentes, motiva comportamentos precipitados. E, muitas vezes, só precisam que os pais não sejam tão apressados em corrigir, quanto eles foram em agir. Não resolve muito tentar punir um comportamento no momento em que as emoções afloram. Os pais necessitam ser estrategistas, na hora de educar seus filhos. 

Jovens passam horas planejando uma rebeldia. Eles pensam numa maneira de não serem pegos pelos pais. Têm medo, não apenas de desobedecer, mas de magoar aqueles a quem amam. Entretanto, os impulsos juvenis os compelem à experimentar o proibido. 

Assim como os filhos, os pais precisam gastar tempo planejando uma intervenção racional e funcional, para corrigir comportamentos indesejados. Os que agem por emoção, caem no erro de saciarem um desejo de vingança, ao invés de ensinar o verdadeiro caminho.

Quando um automóvel se desgoverna e sai da estrada, sem obedecer ao comando do motorista, ele procura imediatamente fazer uma avaliação da máquina, para descobrir o que houve de errado. Ninguém põe fogo num carro, porque ele desgovernou-se. Mas, muitos pais querem "estrangular" seus filhos, por atitudes descontroladas e levianas. Talvez fosse melhor uma boa avaliação, procurando o que realmente motivou o descontrole.

Filhos podem ser rebeldes por diversos motivos. A predisposição genética poderá ser um. Filhos de pais que foram inconsequentes na adolescência têm mais tendência a desenvolver comportamentos precipitados. Poderá ser importante, quando os pais estiverem procurando os motivadores da rebeldia dos filhos, que façam uma regressão de memória, viajando no tempo até a época em que eram adolescentes.

Outro fator que leva a rebeldia é a distância que os pais mantêm dos filhos. Muitos se divorciam ou ficam envolvidos demais com inúmeras "obrigações", e só lembram que têm filhos, para educar, quando são chamados na escola para resolver problemas de indisciplina. Então, querem mostrar que são "PAIS", esquecendo que, entre as aspirações dos filhos, estava a participação mais assídua deles em suas vidas.

Adolescentes se tornam rebeldes, também, por não saberem lidar corretamente com suas emoções. Principalmente nesta fase, ocorre um flutuar constante de sentimentos. Quando não são adequadamente instruídos tendem a naufragar em feitos "desagradáveis". Se os pais pudessem atentar mais para as emoções dos filhos, talvez fossem menos "problemáticos".

Adolescentes, também, se rebelam pelas incertezas da vida. Muitos se tornam inseguros quanto ao futuro, não sabem como enfrentar os desafios, se comparam aos colegas e se sentem menos capazes. Constroem crenças de desvalor sobre si (começam a acreditar que são menos competentes que os amigos). Todos estes fatores podem motivar respostas comportamentais agressivas, depressivas e, principalmente, rebeldes.

Entender estes filhos poderá ser um passo importantíssimo para orientá-los e ajudá-los. Mas, para isto, muitos pais precisam entender a si próprios e aceitar o quanto precisam modificar em seus próprios comportamentos.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160     Contato: (83)8745 4396.

3 comentários:

  1. Oi doutor estou decepcionada com minha filha de doze anos.sou viúva do pai dela e já tenho outro marido que já vivo a quase 5 anos. Meu marido tem um casal de filhos assim como eu , todos têm quase a mesma idade , os filhos dele moram com a mãe, nesse final de semana o filho dele veio passar o final de semana em casa e toda vez que vem eu dou o quarto do meu filho pra ele dormir. Só que desta vez eu tive uma grande decepção no meio da noite levantei e fui em direção do quarto quando eles ouviram o barulho da minha porta se abrindo ela saiu correndo sem roupa do quarto, quando eu vi aquilo fiquei sem chão, perguntei pra ela o que era aquilo e ela me respondeu que não tinha acontecido nada , meu filho estava dormindo e não viu nada. Bati nela chamei o pai dele e ele falou que foi ela que foi lá . Estou muito triste, falei muitas coisas pra ela e pra ele e disse para o meu marido que eu não quero ele nunca mais na minha casa, só que meu marido falou que não vai proibir o filho de vir. Falei que o jeito vai ser nós nos separarmos, me ajude não sei como lidar com essa situação

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  2. Olá Anônima! Antes de qualquer coisa tente responder: separar-se do seu esposo, resolverá o problema de sua filha? Qual a culpa do seu esposo no que aconteceu? Sugiro que direcione suas energias para o verdadeiro foco do problema. Aliás, não precisa catastrofizar tanto o que houve. Isto, infelizmente, é comum na adolescência. Sua filha agiu por impulso, e o garoto também. Vocês (você e o esposo) devem reunir os garotos e mostrar-lhes as consequências dos atos deles. Sua filha ainda é muito nova; precisa de aconselhamento. Está em formação das idéias, sujeita a agir impulsivamente. Você poderá discipliná-la, e punir o jovem, também. Mas, apenas isso, sem tanta agressividade. Precisa ver o que motivou sua filha a esta atitude. Se ela já fez sexo com outras pessoas. Se tem alguém abusando dela. São muitas interrogações. Brigar ou intrigar-se com ela não resolverá. Talvez ela precise de uma mãe-amiga agora. Lembre-se que crianças (adolescentes e adultos) erram. Todos erramos em algum momento. Não despreze sua filha, ame-a. Abraço.

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    1. Obrigada doutor suas palavras me ajudaram bastante. Que Deus continue lhe abençoando.

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