Autoestima - Como você se vê?

Foto: Júnior Paiva

A autoestima envolve um olhar da pessoa sobre ela mesma. Diz respeito à forma como se percebe e à maneira como interpreta os fatos que ocorrem sobre si. Ter uma boa autoestima implica gostar de si mesmo, aprovar as coisas que realiza e concordar com a maneira como se comporta. Ela promove uma relação agradável entre o indivíduo e seus pensamentos; entre aquilo que ele é e o que realmente deseja ser.

Muita coisa está por trás da autoestima. Muitas vezes, um pequeno detalhe físico faz com que a pessoa comece a não gostar mais de si. Geralmente, quando alguém começa a diminuir os sentimentos bons a respeito de si próprio, passa a se perceber com defeitos e a imaginar que as outras pessoas, também, não gostam do que ele aborrece. Algo muito comum é a questão da obesidade. Quando alguém começa a acreditar que está acima do peso é provável que a autoestima comece a ser prejudicada. O indivíduo tem, a partir de então, a tendência a fazer comparações entre o seu corpo e o de outras pessoas. Cada vez que se compara, interpreta seu corpo como algo feio e desagradável, passando a esquecer tudo que tem de bom. Não consegue acreditar que possa ser feliz com uns quilos a mais e, então, começa a, desesperadamente, desejar possuir o corpo do outro. Tal desejo eleva a ansiedade que, por sua vez, pode aumentar a fome e fazer com que a obesidade cresça ainda mais e a autoestima naufrague.

Ter uma boa autoestima não depende tanto de algo que possa acontecer em volta do indivíduo, mas, principalmente da maneira como as coisas são interpretadas na mente de cada um. Existem pessoas com peso acima do esperado que não consideram isto uma catástrofe e se sentem bem; gostam do corpo que possuem e não têm problemas em gostar delas próprias.

Parece que as pessoas que tiveram uma infância marcada por sofrimentos, ausência dos pais, brigas familiares e rejeição, têm mais facilidade de sofrer com a baixa autoestima. Mas, isto pode ser mudado quando se aprende a modificar a forma de pensar sobre os eventos. É necessário que se aprenda a perceber possibilidades de mudança em todos os eventos da vida, inclusive nos que parecem desagradáveis.

As pessoas precisam cultivar o exercício mental de tentar encontrar uma forma melhor para interpretar os fatos. Uma obesidade, uma forma física diferente da maioria, um traço de personalidade diferenciado e qualquer coisa que faça alguém ser distinto de outro, não deve ser encarado como algo que ameace sua forma de viver. Existem muitos modelos, com corpos perfeitos, que caem em depressão porque não sabem valorizar aquilo que há de bom neles próprios. Os corpos sarados não são suficientes para fazer as pessoas felizes. A forma como elas pensam é muito mais relevante nestes aspectos.

Pensar coisas boas sobre si, sobre o mundo e sobre a vida pode ser determinante para uma vida com autoestima elevada. Isto faz as pessoas olharem no espelho e valorizarem o que vêem. Leva a vida para horizontes de prazer e diminui a queixa sobre pequenos problemas. Quando alguém valoriza um pequeno defeito no corpo esquece de desfrutar de tudo que ele pode lhe proporcionar. Quem não pode desfilar em uma passarela, pode andar pelas ruas e ver as pessoas, conversar, sorrir, brincar, abraçar, etc. Aqueles que se prendem a pequenos defeitos tornam-se escravos obsessivos das exigências cegas de uma beleza fictícia. O belo não é o que dizem, mas o que cada um sente. Sinta-se belo quando conseguir pensar que é belo e não quando esperar os outros lhe definirem assim. A beleza que eleva a autoestima não é a que a mídia aplaude, mas a que cada um sente consigo mesmo.

Ter autoestima é questão de vontade, de querer, de aceitar a si próprio e de gostar de si mesmo. Não se deve esperar que os amigos tragam de volta a autoestima. Cada pessoa é responsável pelo que pensa sobre si. O que você pensar é o que você será. Se pensar que é um rato desprezível, será assim que irá se comportar e vai ser assim que as pessoas vão lhe ver. Se pensar que é um ser humano digno, amável, maravilhoso, agirá assim e as pessoas vão lhe ver e  tratar assim.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/ 6160.   Contato: 83 8745 4396.