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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Educando o adolescente Rebelde

A adolescência é um período notadamente marcado por momentos de rebeldia. A maior preocupação dos pais, nesta fase da vida, é como ensinar o filho adolescente, com traços de rebeldia, a melhorar seus comportamentos. Muitos não sabem como disciplinar os filhos e acabam criando um clima de tensão na relação familiar. Esta é uma tarefa que exige muito mais que conhecimento de práticas educativas, carece de paciência, dedicação, vontade de acertar e equilíbrio emocional.

Muitos pais, na hora de exercer a disciplina sobre seus filhos rebeldes, acabam deixando a emoção controlar a situação. Ao invés de corrigirem ou disciplinarem, agridem e geram conflitos, muitas vezes, intermináveis. Existem adultos, hoje, que ainda guardam mágoas dos pais, pela agressão que sofreram no passado. Mesmo que a intenção tenha sido educar, mas a forma como a correção foi aplicada, deixou marcas psicológicas difíceis de serem apagadas.

Uma coisa que os pais precisam aprender, antes de disciplinarem os filhos, é que à mesma proporção que eles se mostram "atrevidos" e destemidos, podem ser frágeis e sensíveis. Uma mente adolescente poderá ser facilmente marcada por uma agressão, facilitando a instalação de problemas emocionais que poderão atrapalhar partes do seu desenvolvimento. Um "jovenzinho", por exemplo, que apanha do pai na frente dos amigos, por algo errado que tenha feito, poderá desenvolver várias formas de conflitos psicológicos, dentre as quais pode-se citar: transtornos de ansiedade e sentimento depressivo.

Depois que os pais aprendem que os adolescentes são seres psicologicamente em formação e suscetíveis à instalação de traumas, devem também saber que isto não é razão para que suas falhas sejam acobertadas. Pais que acobertam erros de filhos, por medo do corrigi-los, poderão estar criando pessoas insensíveis, sem regras, sem respeito à família e sem educação. Os filhos que cometem falhas devem ser disciplinados o quanto antes. Mas não precisam ser torturados para que isto ocorra. Disciplina e tortura (seja física ou psicológica) são coisas distintas. 

A Educação deve ser precedida de conhecimento. É importante que os pais saibam as motivações que levaram os filhos a praticarem uma rebeldia. Isto significa que eles devem sentar antes de bater, conversar antes de corrigir e ouvir antes de decidir como disciplinar o filho. Quando, por exemplo, um pai encontra um cigarro de maconha dentro da mochila do filho, antes de armar um escândalo e expulsar o adolescente de casa, deve chamá-lo para uma conversa. Talvez esta conversa esclareça que o jovem sentiu-se "pressionado" pelos colegas a usar a droga e que, por medo deles, trouxe para casa na mochila. Pode ser que a conversa faça o pai descobrir que o filho sente-se inseguro e vazio, imaginando que a maconha possa ser uma "companheira". Neste caso, não é de surra que o adolescente precisa neste momento, mas da companhia do pai e da presença da família. Talvez o pai descubra, ainda nesta conversa, que anda muito ausente, que não tem apoiado o filho em suas tarefas diárias e que não tem estado ao seu lado. Pode ser que, se o jovem fumou maconha porque estava sentindo-se inseguro e vazio, ao encontrar segurança e companhia na pessoa do pai e no seio da família, não sinta mais necessidade de deixar-se iludir por um cigarro qualquer. 

Quando os pais descobrirem que a educação exige não apenas disciplina dos filhos, mas deles próprios, certamente investirão em formas mais funcionais de correção para seus filhos. Afinal, eles não se tornam inimigos dos pais quando cometem uma falha, mas apenas demonstram que são imaturos e carentes de cuidados. 

Colocar um adolescente de castigo, tirar dele parte da mesada, proibi-lo de ir à determinada festa e dar-lhe uma boa bronca, são formas válidas de correção que devem sempre ser precedidas de uma boa conversa e seguidas de afeto e carinho. Corrigir um adolescente rebelde com o coração cheio de ódio é semelhante a guiar um automóvel sem ter o controle da direção. Os pais nunca devem permitir que a emoção diga-lhes como agir com os filhos rebeldes. Precisam lembrar que, se eles (que são adultos) têm dificuldade em lidar com suas emoções, o que pensar dos jovens incautos.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  contato: (83) 8745 4396

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