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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Filhos adolescentes precisam de atenção e limites.

Pais de adolescentes necessitam investir no cuidado para com seus filhos. Nunca devem pensar que dar aos filhos uma boa escola, uma mesada e variados tipos de presentes, implica em cumprir com o papel necessário para que se tornem jovens felizes e estruturados. Muitos deles nem fazem questão de receber tantos bens materiais. Querem apenas mais atenção e saber que a família gasta tempo pensando neles, pois presentes, qualquer um pode dar, mas disciplina apenas os pais devem aplicar.

A atenção que os adolescentes necessitam não é aquela que os pais olham e reclamam quando sabem que falharam, mas a que está direcionada a perceber o filho em seus acertos e falhas. Dar atenção significa perder tempo pensando em como melhorar o desempenho do filho em determinada área. Implica em dispensar tempo para observar o jovem, tanto em casa quanto em outras ocasiões. É necessário estar presente em todas as etapas do seu crescimento. Conhecer seus amigos, saber quais são suas músicas preferidas, perceber como ele reage diante das dificuldades, etc. 

Os pais têm que estar presentes quando os filhos começam a construir seus próprios mundos. Não há como influenciar o comportamento do filho com castigos isolados, sem a compreensão de seu entendimento sobre aquilo que valoriza. Os pais que castigam sem terem acompanhado de perto cada passo do filho são semelhantes aos policiais que punem os transgressores, que nunca conheceram. É o sentimento, construído ao longo da convivência, que permite uma relação equilibrada entre o jovem e seu genitor. 

Só poderão impor limites os pais que deixaram os filhos crescerem perto deles. Eles conhecem cada etapa de suas vidas e sabem corrigir sem machucar, sem deixar sequelas e sem quebrar o vínculo carinhoso do amor paterno. Aqueles que não conseguem perder tempo com seus filhos, também, não podem disciplinar, sem que sejam influenciados pela agressividade. Acabam machucando quando deveriam ensinar, ferindo quando tinham que corrigir e semeando violência quando deveriam promover a paz. É preciso entender que pai não é aquele que dá ao filho aquilo que ele pede, mas aquele que proporciona tudo que for necessário para que ele esteja bem. Não tem como dar o que um adolescente necessita sem que o conheça. Não há como o conhecer sem que esteja presente. Para estar presente é precisa renunciar um pouco do trabalho, dos prazeres pessoais, dos encontros sociais e da própria vida. Quem gera um filho nunca mais poderá viver como se fosse único no mundo.

Os filhos não devem ser cuidados pelos computadores, pelos jogos eletrônicos, pelos grupos musicais, pela mídia, etc. Eles precisam da atenção dos próprios pais. Necessitam tê-los [alguns minutos por dia] deitados com eles na mesma cama, cantando suas músicas, brincando com seus carrinhos, conversando sobre os problemas da escola e sobre os amiguinhos, formando vínculo de amizade. Ser amigo do filho é um privilégio que só os pais que dispensam tempo e atenção para ele, conseguem. 

Não se pode deixar de entender que limite não é a mesma coisa que imposição. O primeiro significa mostrar, por conscientização, até onde o adolescente deve ir. O segundo significa dizer que ele não poderá passar de determinado ponto, sob ameaça de punição. Para conscientizar é necessária uma educação longa e contínua. Nem todo pai está disposto a isto. Para impor é necessária uma fala dura e áspera, em um tom ameaçador. Muitos preferem este método que, às vezes, pode até funcionar, mas apenas enquanto os impositores estiverem no controle da situação. O filho conscientizado sobre seus limites obedece-os em quaisquer circunstâncias, estando ou não sob a visão dos pais. Na conscientização não há desconfiança se o outro obedecerá, mas existe certeza. Na imposição, os pais precisam investigar, perder sono e vigiar, com medo de que não sejam obedecidos. 

Talvez existissem menos adolescentes fugindo de casa no carro dos pais, se eles tivessem sido (ao longo de suas infâncias) conscientizados da responsabilidade deste ato. Hoje parece que muitos filhos causam medo nos pais, que procuram ajuda, desesperados, como se não conhecessem aqueles que geraram. E muitos, realmente não conhecem. Mas, os vizinhos podem conhecer, os colegas de "balada", também. Então, se muitos fossem para os filhos tão atenciosos quanto são os seus pares, e se fossem tão meigos com eles quanto são os seus vizinhos, e se estivessem tão presentes em suas vidas quanto estão os grupos minoritários, talvez os conhecessem tão bem quanto estes, ou talvez estes nem tivessem oportunidades de os terem conhecidos. 

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  Contato: (83) 8745 4396.

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