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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Criança, Adolescente e os Perigos do Bullying

O termo bullying é utilizado para resumir atos de violência praticados por um ou mais alunos contra um colega. Tais atos podem ser de cunho físico ou psicológico. Podem ocorrer de maneira direta, quando se tem realmente a intenção de agredir o outro por prazer, ou de forma indireta, quando o prazer está em se divertir através da vergonha sofrida pelo amigo. As consequências deixadas por este tipo de comportamento são devastadoras, principalmente sobre a autoestima da vítima.

Quando uma criança  sofre bullying, pode apresentar uma variedade de sintomas que, muitas vezes, são interpretados de forma errada pelos pais. A criança ou adolescente que não quer estudar, que não tem vontade de ir ao colégio, que adoece muito para não ir à aula, poderá estar passando por problemas de agressão. 

Um comportamento comum no aluno "bulinado" é o isolamento social. Não se agrupa com os pares, nem os da escola nem os de seu bairro. Existe perda de rendimento escolar, baixa autoestima, fraco interesse por eventos sociais e aumento de comportamentos depressivos ou ansiosos.

Muitas vezes os pais não conseguem saber o que se passa com seus filhos. Alguns agem com agressividade, tentando fazê-los melhorar na escola. Mas nada resolve o problema, que passa a agravar-se a cada dia. A falta de comunicação entre a criança e os pais geralmente ocorre por medo de sofrer represálias dos "bulinadores", pois estes costumam ameaçar com mais agressão, caso sejam denunciados. Assim, alguns jovens podem ficar anos à mercê desses vândalos, servindo-os como "escravos", sem terem coragem de contar aos pais ou aos professores sobre seus problemas.

As principais vítimas podem estar entre aqueles que são mais tímidos, os que estão acima do peso, os de pele negra, os de classe social mais baixa e os que possuem algum "defeito" físico. É importante que os pais fiquem sempre atentos aos comportamentos de seus filhos. Qualquer mudança na rotina ou no desempenho escolar destes, deve ser investigada cuidadosamente.

Se uma criança ou adolescente pede insistentemente para mudar de escola, é importante que os pais procurem averiguar os motivos reais desse pedido. Ela poderá estar sendo agredida ou humilhada por sua turma. Cabe lembrar que isto não é uma regra geral, mas a observação e a investigação sobre o assunto é de suma importância.

É possível que os professores possam estimular, até por descuido, a prática do bullying entre os alunos. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando um garoto qualquer recebe uma nota muito baixa e o fato é anunciado na presença de toda a turma, muitas vezes até em um tom jocoso. O professor que expôs a nota deve compreender que poderá, também, expor o aluno à chacota. Se uma nota baixa é motivo de riso na hora que é anunciada, poderá servir de motivação para muitas "brincadeiras de mau gosto" entre os colegas.

Os colégios poderiam contribuir para o fim do bullying fazendo reuniões periódicas com os alunos para esclarecer as consequências do ato entre eles. Temas abordando deficiência física, racismo, fé, e baixo desempenho em alguma nota poderiam ser abordados rotineiramente entre crianças e adolescentes. Muitos alunos erram porque não foram ensinados a acertar. Alguns são tentados a trazer de casa costumes bizarros e violentos para o convívio escolar, prejudicando outros e a si mesmos. Uma "vacina educacional" poderá ser de grande valia contra isto.

Uma forma de coibir o bullying e evitar que crianças e adolescentes sejam constantemente vitimadas por tão brutal violência é promover a educação preventiva daqueles que poderão ser vítimas ou agressores.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  Contato: (83) 8745 4396.

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