Quando existe uma lesão em determinada área cerebral, especificamente na parte esquerda, pode ocorrer perda da capacidade de comunicação por parte do paciente lesionado. Essa perda pode ocorrer tanto no entendimento quanto na expressão da linguagem e é conhecida no meio científico como Afasia. Dependendo da área lesionada do cérebro, poderá haver dificuldade em falar, em nomear objetos conhecidos, em copiar textos, em escrever, etc. A principal causa desse distúrbio é o Acidente Vascular Cerebral - AVC. Mas o traumatismo craniano, a infecção viral e muitas outras desordens, que afetem esta região, podem, também, provocar a Afasia.
Além das causas já citadas, atualmente muitas pessoas têm adquirido afasia, por acidente com "balas perdidas" ou, até mesmo, em envolvimento com disparos de armas de fogo.
A região esquerda do cérebro tem sido estudada como uma área responsável pelo processamento e aquisição da linguagem. Evidentemente não é possível fracionar o cérebro e determinar, categoricamente, que uma única parte poderá responder por determinada ação. No entanto, os estudos comprovam que algumas regiões estão diretamente ligadas a ações específicas. Este é o caso da área esquerda cerebral, que se associa aos processos de linguagem.
Comumente se observa que, quando uma pessoa sofre um AVC no lado esquerdo do cérebro, poderá perder a capacidade de falar. Muitas vezes, mesmo falando, não consegue associar ou ordenar corretamente as palavras, trocando nomes e misturando aquilo que gostaria de dizer. Mesmo que tais pacientes saibam que feijão é algo que se come e que sirva para alimentação, poderá chamá-lo pelo nome de cadeira. Isto não significa, no entanto, que ele não saiba que aquilo que vê é algo comestível. Evidentemente, isto vai depender do nível de comprometimento cerebral.
As afasias devem ser diagnosticadas tanto por exames de imagens quanto por avaliações clínicas neurológicas e neuropsicológicas. No caso da neuropsicologia, o paciente realiza uma bateria de testes que poderá direcionar para o tipo de afasia, de acordo os resultados obtidos.
Após o diagnóstico, um passo importante será o tratamento. Isto poderá ocorrer tanto em nível farmacológico, conforme prescrição do neurologista, quanto através de reabilitação neuropsicológica. A associação dos dois tipos de tratamento é muito viável. Na reabilitação, o paciente é submetido a uma série de técnicas neuropsicológicas, que visa promover novamente a habilitação da capacidade funcional perdida.
Muitos pacientes podem se beneficiar com um bom programa de reabilitação neuropsicológica. Paradoxalmente, aqueles que não passam por esse processo, correm o risco de não se recuperarem ou de terem retardado o tratamento. Alguns pacientes podem apresentar uma recuperação espontânea nos primeiros sete dias após a lesão. Quando não existe melhora espontânea na primeira semana, é menos provável que uma recuperação total ocorra espontaneamente.
Joacil Luis - especialista em neuropsicologia - CRP 13/6160 Contato: (83) 8745 4396.
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