Pesquise um tema aqui

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pais Superprotetores, filhos fracos e inseguros.

Enganam-se os pais que pensam poder preparar melhor seus filhos para a vida, criando-os "dentro de uma vitrine", onde não podem ser tocados, machucados, frustrados ou atingidos pelas intempéries do meio. Por pensar assim, muitos tratam os filhos como se fossem hipersensíveis e como se não suportassem alguma aflição que a vida venha a oferecer. Desta forma, muitas crianças crescem sem qualquer experiência com a realidade da vida e podem se tornar adolescentes "fracos" e adultos inseguros, dependentes da "proteção" dos pais.

Pais superprotetores geralmente são motivados pela ansiedade, que provoca pensamentos disfuncionais, fazendo-os imaginar que algo ruim poderá acontecer a seus filhos, se ficarem sozinhos, se pisarem no chão, se forem à escola apenas com os amigos, etc. Alguns chegam a acompanhar seus filhos mesmo quando já são adolescentes. Outros não conseguem ficar em paz enquanto os filhos, já adultos, não chegam em casa. 

Pode-se pensar que os pais ansiosos têm tendência maior a ser superprotetores. Os que foram vítimas de traumas provocados por acidentes na infância e os que perderam alguém por alguma tragédia, também, podem se enquadrar neste rol. 

Não se pode deixar de destacar que é papel dos pais proteger os filhos. No entanto, quando essa proteção ultrapassa os limites da normalidade, quando ela tira o sossego da família e quando não fica bem para alguma parte (pai ou filho), deve ser repensada. Muita proteção poderá gerar filhos inseguros, imaturos, socialmente fracos e sem habilidades para enfrentar a vida. 

Quando chegam à escola, muitos filhos de pais hiperprotetores, sentem dificuldade em relacionar-se com os pares. Muitos não conseguem fazer amizades nem divertir-se com os amigos. Geralmente os pais dessas crianças as ensinam a ter medo de amigos, de banheiros públicos, de contaminação, de comida mal higienizada, etc. Claro que estas coisas devem ser observadas, mas com cautela. 

A criança superprotegida tem medo de tomar decisões que desagradam os pais, não se sente à vontade para fazer escolhas e não sabe conviver com perdas ou fracassos. Seus pais sempre lhe dão tudo nas mãos. Tem mãe que dá comida na boca do filho, mesmo quando ele já está na puberdade. 

Os pais precisam aprender que os filhos são como aves que precisam voar sozinhas. Eles necessitam encarar a vida paulatinamente. Não se deve pegar uma criança de cinco anos e mandar sozinha para a escola, mesmo que fique próxima da residência. Paradoxalmente, não é bom proibir um adolescente de 17 anos de ir para a aula a alguns quarteirões de sua casa, sozinho. Estes extremos devem ser evitados.

A criança que cai, quando aprende seus primeiros passos, poderá se tornar um adulto que não tem medo de arriscar, de enfrentar a vida e de se aventurar nela. Mas, a criança privada de tentar caminhar (para não cair) tanto demorará para andar quanto poderá crescer com medo de se arriscar na caminhada da vida.

Muitos pais, que levam seus filhos para um acompanhamento psicoterapêutico, se decepcionam quando descobrem que o problema da criança está na forma como foi criada e educada. Pais fortes e corajosos, também, encorajam seus filhos para se arriscarem na vida. 

Filhos inseguros e medrosos, geralmente, pertencem a uma família tímida e ansiosa. Se a família se estruturar, os filhos melhorarão. Os comportamentos de medo excessivo, insegurança, timidez e inabilidade no relacionamento social, são muito mais aprendidos do que herdados.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160   Contato: (83) 8745 4396. 


13 comentários:

  1. Excelente a matéria! Concordo com cada palavra. Meus parabéns!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sou um filho superprotegido, meus pais nao deixavam eu sair sozinho ate os meus 19 anos de idade, brincar na frente de casa quando era criança? Nem pensar! Eu ate entendo a parte deles em querer me proteger mas infelizmente isso nao me fez bem nem um pouco, nos problemas sociais principalmente, ate hoje não consigo fazer amizades tão facil quanto seria se nao fosse tao protegido, hoje estou com 26 anos e melhorei um pouco estou casado e minha mulher esta esperando um filho e nao quero prende-lo tanto quanto fui prendido quero deixar ele decidir o que fazer desde crianca e se errar aprender com os erros. Obrigado pela matéria.

      Excluir
    2. Muito bom saber que você tem uma visão diferente daquela que lhe criou. Parabéns. Quando puder, leia meu livro ADOLESCENTE REBELDE - COMO LIDAR? Irá lhe aprofundar ainda mais sobre o assunto. Abraço

      Excluir
  2. eu também recebi superproteção e sinto que sou uma decepção. hoje sou um adulto socialmente fraco e me sinto inferior às outras pessoas, não mudei muito mas eu tenho esperança que um dia vou mudar. já fracassei várias vezes na minha vida e sinto que foi essa superproteção que me atrapalhou. meus pais ficavam me comparando com os outros dizendo que os outros eram melhores do que eu e sempre colocando defeitos em mim, mas eles nunca quiseram me tratar como os outros que eles diziam ser melhores do que eu. Hoje tenho complexo de inferioridade e fobia social, ainda estou tentando resolver isso, espero que um dia consiga.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Espero que sim!. Boa sorte. Sugiro que leia meu livro que será lançado em agosto pela editora reflexão: SE QUISER SER FELIZ...

      Excluir
  3. Eu sou extremamente insegura, fui criada pela minha mae e tenho quase 20 anos. Minha mae me da tudo na mae e me trata como se eu fosse uma deficiente. Nao me relaciono bem com meus colegas e a cada dia me sinto mais frustrada. Fora que nao posso sair com meus amigos ou ter qualquer tipo de relacionamento com garotos. Sinto uma tristeza enorme, que ninguem nunca irá entender, e quando decido me desabafar com alguem, as pessoas falam "voce tem tudo na vida, ta reclamando de que?'. Sei que tenho de tudo, mas sinto que meus pais me dao o melhor pra suprir e eu nao precisar sair de casa. Me sinto tao infeliz vendo meus colegas falando que vao a festa, ou teve algo legal pra contar de uma festa e tenho quase 20 anos e mal posso ir na faculdade sozinha (sendo que fica na calcada do meu apartamento) Na faculdade é o único lugar que me sinto livre, essas poucas horas... Me sinto desesperada e infeliz.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! sua história é triste. Mas, talvez, seus pais não percebam o dano que lhe causam. Sugiro que procure ter um diálogo aberto e sincero com eles. Pode ser que estejam errando tentando acertar.

      Excluir
    2. Boa noite! Me identifiquei com cada palavra sua... a nossa diferença é que acabei de completar 31 anos. Sou filha única e infelizmente tive que 'me ferrar' pra aprender o quanto meus pais (principalmente minha mãe, que morre de ciúmes de mim.. meu pai acho q foi negligente pois ele sabia q minha mãe estava EXAGERANDO e nada fez pra frear esse comportamento dela) me impediram de aprender muitas coisas 'sozinha'. O sonho deles é que eu me formasse e casasse com médico (fiz enfermagem mas não peguei o canudo). Eles idealizaram uma filha mas essa filha nunca existiu... não me formei, não consigo ter um relacionamento afetivo, não tenho amigos (pois a maioria dos poucos já estão casados e com família). Conheci um homem, fui morar com ele em MG (sou de SP) e nunca foi tão sofrido o processo... acabei me descobrindo uma pessoa totalmente diferente do que eu achei que eu fosse.... constatei que sou insegura, baixíssima auto-estima, sou ciumenta, tenho dificuldades de fazer amizades (já foi pior, ter saído de ksa me ajudou nisso pois descobri o quão bobinha eu era). Hoje estou em SP para fazer um curso.. está sendo penoso pois mesmo não morando mais com meus pais eles insistem em querer me tratar como se eu fosse uma deficiente que não sabe atravessar a rua (eu estou falando sério). Podavam as minhas amizades na época de escola... conheci uma garota que tinha acabado de abortar, estava sofrendo muito e sem amigos. Iniciamos uma bela amizade, nos dávamos muito bem, até que resolvi me abrir com minha mãe (sim, eu sempre fui sincera com meus pais pq morria de medo deles e das consequencias q meus atos poderiam me acarretar) mas ela não gostou da minha amizade com essa garota pelo fato dela ter abortado. Minha mãe sempre teve uma "certeza" que eu era invejosa e que por isso eu iria engravidar para abortar e fazer igual àkela amiga. Pois bem, rompemos a amizade a mando dos meus pais! A questão é que a vida dá voltas.... Hoje em dia ela se formou enfermeira, está bem colocada no mercado de trabalho, tem seu carro e tals... e eu???? Não me formei, não fiz aquisições, iniciei 3 cursos superiores e não terminei nenhum, não me casei apesar de morar junto com um homem mais velho que não me valoriza (pq eu não me dou valor), estou desempregada e sinceramente não tenho planos, não tenho motivação para continuar nada.... Enfim, precisava desabafar e foi só uma prévia, um tira gosto apenas. O que me anima é q estou super consciente que minha criação superprotegida me fez esse tipo de ser humano: cheia de conflitos internos mas que só cabe a mim mudar e aprender. Gratidao.

      Excluir
    3. Olá! Sua história é problemática, mas sempre há tempo para recomeçar. Vocé pode mudar tudo isto. Sugiro que faça psicoterapia e decida um novo recomeço. Recomendo a leitura do meu livro SE QUISER SER FELIZ.

      Excluir