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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Erros dos pais na hora de matricular os filhos

É comum que os pais queiram o melhor para seus filhos. Por conta disto, quando vão procurar uma escola para matriculá-los, dependendo das condições financeiras, tendem a escolher a escola mais famosa, mais frequentada e, geralmente, onde estudaram os alunos que conseguiram o melhor desempenho em provas de vestibular ou ENEM. No entanto, poucos procuram escolher uma escola que realmente ajude ao seu filho. Desta forma, muitos se decepcionam quando percebem que não foi possível, para os adolescentes, acompanharem o ritmo acadêmico da escola escolhida.

Na maioria das escolas existem regras que são gerais e que se aplicam a todos os alunos. As aulas são expostas para todos, de uma forma coletiva, sempre priorizando os que são mais rápidos no raciocínio, na memorização, nos processos atencionais, enfim, no desempenho acadêmico. Ocorre que nem todo adolescente possui o mesmo nível de raciocínio, nem a mesma capacidade intelectual. O que não significa que não possua condições para aprender, pois isto não depende apenas de quem ensina, mas, talvez, tanto quanto, de quem ouve. O processo de aprendizado de cada pessoa possui particularidades que podem tornar a aquisição do conhecimento rápida ou lenta. Em regra geral, todos são capazes de aprender, mas não na mesma velocidade ou intensidade. 

Uma escola que tem por objetivo elevar seu nome como campeã em aprovação na Universidade, talvez desconsidere que muitos alunos necessitam de "um tempo a mais" para aprender. Só que esse "tempo a mais" não costuma fazer parte do planejamento escolar. Muitas escolas não têm tempo para estimular o aprendizado dos alunos que não são tão rápidos em aprender. Algumas nem se incomodam tanto com o fato de "poucos" serem reprovados. Elas estão felizes demais, comemorando a aprovação da maioria. 

Um problema maior surge por muitos pais não conhecerem o verdadeiro potencial de seus filhos. Na verdade, alguns fingem que não conhecem. Matricular uma criança que tenha um processo de aprendizado lento em uma escola de "feras" é semelhante a colocar um carro de passeio para transportar a carga de uma caminhonete. Evidentemente não cabe à escola o papel de selecionar os alunos que a ela vêm. Isto seria discriminatório, apesar de algumas exigirem uma prova para adesão. Mas cabe aos pais entenderem e conhecerem as habilidades de seus filhos, para que eles não sejam expostos ao ridículo, sendo reprovados por não conseguirem acompanhar o ritmo "acelerado" de muitas instituições. É importante lembrar que não foram as escolas que deram nome aos grandes homens, mas estes, pelo desempenho acadêmico, valorizaram a instituição de ensino por onde passaram. 

Muitos pais erram por confiarem demais no marketing da escola e não averiguarem se existe um processo didático capaz de alcançar seus filhos. Erram, também, por não aceitarem  que seus filhos possam ter um processo de aprendizado mais lento que a maioria. Muitas vezes, eles poderão precisar ser preparados para aprender antes de serem iniciados no aprendizado.

Na hora de matricular o filho, os pais devem ponderar sobre qual instituição lhe trará maior benefício. Nunca se deve colocar uma criança em uma instituição de ensino pela fama que ela possui. Seria mais prudente os pais observarem a maneira como determinadas escolas lidam com seus alunos "complicados", a se embasarem nos relatos dos bem-sucedidos. Para lidar com o bom não são necessárias habilidades especiais. Mas, só escolas bem preparadas podem ajudar crianças com dificuldades no processo de aprendizagem. Reprovar um aluno poderá ser mais fácil do que perder tempo, durante o ano, tentando entender suas dificuldades.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  Contato: (83) 8745 4396.

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