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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mude o mutável, aceite o imutável!

Algumas coisas na vida são imutáveis. Por mais que as pessoas tentem, não conseguirão mudar determinados fatos. Quando isto não é compreendido, leva muitos ao desespero, à ansiedade e, principalmente, à depressão. Grande parte das pessoas depressivas começou o transtorno por não aceitar aquilo que não dependia do seu controle. Conhecer esta regra da vida poderá tornar mais fácil enfrentar determinados acontecimentos, sem se deixar abater completamente. 

Não é possível, por exemplo, parar o tempo e evitar o envelhecimento. Mas, muitos vivem tentando. Passaram toda a vida evitando viver, para não envelhecer e, o máximo que conseguiram, foi descobrir que a velhice chegou, sem que tivessem vivido intensamente. Os que não aceitam as limitações da velhice podem se tornar amargos e tristes, numa forma insana de rejeitar aquilo que é inevitável. Geralmente, idosos depressivos e amargos são motivados por uma insatisfação exagerada às regras impostas pela velhice. Quando um idoso aceita sua idade e suas limitações, tem muito mais chance de ser feliz, de bem com a vida e bem humorado.

 A morte é outro evento que não se pode evitar ou impedir que aconteça. Ela vem inesperadamente e leva qualquer pessoa, de qualquer idade, pertencente a qualquer nível econômico, cultural e social. Os que não aceitam isto prendem-se obstinadamente a tentar impedir que o outro se vá. Alguns mudam de vida, isolam-se, param de trabalhar, de estudar, de se divertir. Outros estagnam no tempo, como se ele houvesse parado. Muitos deprimidos começaram por não aceitar a morte de algum ente querido. Eles vivem como se já tivessem morrido, também. Aqueles que, apesar da dor, conseguem entender e aceitar o ciclo natural da vida, sentem a partida do outro, mas não se carregam de um lamento infinito e eterno, que em nada pode mudar o ocorrido.

Ao estender os exemplos dos imutáveis, poderia se falar da lei da gravidade, do dia e da noite, da necessidade de dormir e de muitas outras coisas cujas dinâmicas independem do querer de alguém. Entretanto, paradoxalmente, há infinitas coisas que se podem mudar, para melhorar a qualidade de vida de cada um. Enquanto muitos se prendem no imutável, acabam esquecendo que podem mudar muitas áreas da vida. 

Um bom exemplo é a personalidade. Ela pode e deve ser mudada, sempre que estiver prejudicando as relações, trazendo sofrimento, instigando desavenças e provocando danos à saúde. Personalidades desconfiadas, que não se permitem envolver com os outros e que buscam, constantemente, falhas e más intenções devem ser modificadas para amenizar os conflitos e trazer paz nas relações. 

Mas pode-se falar na própria visão da vida, na forma como se entende o envelhecimento e na maneira de enfrentar a morte. Não se pode mudar a chegada da velhice, mas é possível preparar-se para vivê-la tão bem quanto as demais fases da vida. Ser velho nunca foi a principal causa de depressão ou angústia. Muitos idosos deprimidos já carregavam essa tendência desde a juventude. Quando existe preparo e aceitação, a velhice poderá ser bela, feliz e prazerosa. Tudo depende da maneira como se enxerga isto. Esta visão poderá ser modificada. Quem muda a forma de ver a velhice recebe-a sem constrangimento. 

E por que não mudar a visão da morte?. Ela é que é imutável, mas a visão sobre ela é totalmente flexível e mutável. Pensar na morte como algo aterrorizante, aniquilador ou devastador, poderá causar mais angústia do que encará-la como um processo natural e normal da própria natureza. No ciclo vital de todos os seres, a morte é o último estágio. Se cada estágio for pensado como um degrau subido, ela deixará de ser vista como fim e passará a ser entendida como uma evolução. Nascer, crescer, viver e morrer. O último não pode ser pior do que os demais estágios percorridos.

Então, nada resta senão pensar em modificar tudo que é possível e necessário para estar melhor. Mudar os passos, os diálogos, os pensamentos, os caminhos, os comportamentos e a própria vida. Mudando o mutável necessário, será mais fácil aceitar o que não se pode modificar.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160   Contato: (83) 8745 4396.

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