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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Filhos mal educados são responsabilidade dos pais

É necessário que os pais aprendam a separar os comportamentos motivados por problemas psicológicos, daqueles que são frutos de uma educação falha. Muitos problemas psicológicos podem levar crianças a praticar coisas desagradáveis ou disfuncionais. O TDAH, por exemplo, poderá levar a atitudes agressivas, desastrosas e precipitadas, que alguns tendem a confundir com rebeldias. Entretanto, nem toda atitude precipitada ou desajeitada dos filhos, poderá ser sintoma de TDAH. A função do psicólogo, em casos como este é, inicialmente, apresentar aos pais a verdadeira fonte do "problema". 

Quando a motivação dos comportamentos desagradáveis de uma criança encontra-se na educação que recebeu dos pais, o trabalho psicoterapêutico é de conscientização e alerta. Não é papel do psicólogo educar crianças que não são adequadamente instruídas em seus lares. Mesmo porque seria "remar contra a maré", pois o ensino que os filhos recebem em casa é muito mais digno de aceitação pela criança do que aquilo que um profissional faz. 

Neste caso, são os pais que precisam de intervenção. Mas, muitos se recusam a aceitar que erram na educação dos filhos. Para eles, é mais fácil aceitar que o filho tem uma "doença psicológica" a admitir que não conseguem administrar um pequeno problema de comportamento. 

Quem deve educar os filhos, primeiramente, são os pais. Mas estes podem pedir ajuda, sempre que se sentirem limitados na resolução de alguns conflitos. A psicoedução é uma parte do processo terapêutico que procura ensinar ferramentas para as pessoas entenderem e lidarem com seus próprios problemas. No caso de crianças, é direcionada para os pais, visando prepará-los para lidar com alguns "desajustes" dentro do contexto familiar. 

O problema surge quando alguns não conseguem aceitar que precisam de ajuda. Muitos acham que o psicólogo deve "educar" seus filhos, esquecendo-se de seus próprios papeis. Filhos mal educados não são pacientes de terapia, mas devem ser alunos de seus próprios pais, que precisam aprender como aplicar uma disciplina, como colocar limites, qual a hora certa de castigar, etc.

Crianças que são cercadas de presentes, que são superprotegidas e que não recebem os verdadeiros limites dos pais, poderão se tornar amargas, exigentes e orgulhosas. Poderão tratar os amiguinhos com desdém e não saberão como se comportar ao serem frustradas ou preteridas. Alguns pais se tornam verdadeiras fontes de problemas para seus filhos. Eles, sim, necessitam de intervenção psicológica, para aprenderem as consequências de uma educação voltada para a falta de limites e regras. 

Filhos precisam de "freios" impostos pelos próprios pais. Só assim poderão aceitar aqueles que a vida lhes impuser. É em casa, e não em um consultório de psicologia ou em uma escola, que as crianças devem receber seus primeiros códigos de "direitos e deveres". Um deve sempre acompanhar o outro. Pais que não ensinam aos filhos os seus deveres, poderão sofrer quando perceberem  que eles não querem aprendê-los do "mundo". 

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160      Contato: (83) 8745 4396.

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