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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Trauma Psicológico - Instalação, identificação e cura.

Por trauma psicológico entenda-se qualquer evento (acontecimento) que tenha deixado uma marca nas emoções ou pensamento, na vida de alguém. Da mesma forma que um machucado profundo na pele poderá deixar uma visível cicatriz externa, uma ocorrência acompanhada de dor e muito sofrimento será capaz de fazer uma "marca" em algum local do sistema emocional, trazendo consequências para o futuro desempenho psicológico da pessoa afetada. 

A principal diferença entre um trauma físico e um psicológico encontra-se no fato de que o primeiro é visível e palpável, enquanto o segundo poderá ser percebido apenas pela sintomatologia que vier a desencadear. Algumas pessoas poderão nunca encontrar a verdadeira fonte de alguns medos, por exemplo, se não forem submetidas a um processo terapêutico que investigue as "feridas" de suas emoções. 

Não existe uma idade limite para a instalação de um trauma. Deste a idade intrauterina até o fim da vida alguém pode ser acometido por este problema. Geralmente a maioria das pessoas ignora que muitos comportamentos motivados pelo medo, angústia, timidez ou qualquer outra vertente sentimental, tenha uma base em algum evento do passado que foi extremamente estressante, doloroso e amedrontador. 

Como muitos não dão importância à investigação dos traumas, apelam para a medicação ansiolítica para amenizar a ansiedade que sentem durante determinados eventos. Pessoas que não conseguem falar em público, apresentar trabalhos escolares, subir escadas ou que tenham qualquer outro sentimento fóbico, devem buscar ajuda para entender como esses "medos" se instalaram em suas mentes. Mas, mais importante que isto é procurar ajuda para eliminar o trauma e, automaticamente, a sequela atual.

A título de ilustração, imagine-se uma criança que foi brutalmente jogada dentro de um lago, após um acidente de carro em uma ponte qualquer. O medo no momento do acidente poderá ser associado aos locais onde o fato ocorreu. Desta forma, é provável que a criança, sempre que passar por uma ponte, rio, lago (ou qualquer tipo de água), ou quando precisar andar de carro, sinta um medo intensamente relevante, semelhante ao que sentiu no momento do acidente. Isto ocorre porque o cérebro tem dificuldade de distinguir realidade de pensamentos. Ele poderá liberar uma reação de medo apenas motivado por um pensamento ou por uma lembrança de algo que já ocorreu. Então o medo ocorre no presente, mas sua causa principal está oculta, no passado.

Em alguns casos, o trauma só demonstra sequela anos depois da primeira ocorrência. Isto poderá dificultar muito a identificação do primeiro fato traumático. Em outros casos, o primeiro evento surgiu em fase muito tenra (no ventre, recém-nascido, etc), onde não há lembrança consciente do fato . Isto torna ainda mais difícil a identificação da "raiz" do problema.

A psicoterapia tem sido uma forma amplamente aceitável de identificação e remoção de traumas psicológicos. Mas, para que exista êxito se faz necessária a adesão imparcial da pessoa "traumatizada" ao tratamento. Em muitos casos, a rememorização do acontecimento traumático é tão doloroso que impede a continuidade do processo. 

Estar disposto a se livrar de um processo traumático é tão importante quanto o próprio tratamento. Muitos se "acostumam" como o comportamento "doentio" ou tiram algum proveito dele. Infelizmente, algumas pessoas não conseguem se imaginar sem a fobia que os "acompanha". Desta forma, mesmo quanto entram em acompanhamento psicoterápico, negam para sua mente a capacidade de se livrar do sofrimento.


Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160    Contato: (83) 8745 4396.

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