Milhares de pessoas iniciam diariamente uma dieta alimentar procurando emagrecer, mas, acabam esbarrando no desânimo, caindo na tentação dos doces ou avançando o sinal na hora das refeições. Alguns até associam à dieta um balanceado programa de exercícios físicos. Conseguem diminuir o peso, mas, não persistem por muito tempo, e, acabam voltando ao estado indesejado.
Para a Drª Judith Beck, professora de psicologia na Universidade da Pensilvânia, a forma como as pessoas pensam pode influenciar consideravelmente sobre o sucesso ou insucesso em uma dieta alimentar (BECK, 2009).
A terapia cognitivo-comportamental, seguimento da psicologia desenvolvido por Aaron Beck, acredita que as pessoas são influenciadas constantemente pela forma como pensam, pela maneira como sentem e pelo comportamento que adquirem. Desta forma, considerando o tema alimentação, quando alguém pensa em uma comida deliciosa, pode ser levado a sentir um forte desejo de comer e em seguida, ao comportamento de ingerir tal comida.
Quando alguém começa uma dieta, certamente, como primeiro mandamento, aparece a regra de abster-se de muitas iguarias que antes eram permitidas. Dependendo do grau de motivação de cada indivíduo (por que deseja emagrecer?), será possível que este atinja algum resultado satisfatório (perda de alguns quilos). No entanto, a maioria das pessoas que iniciam uma dieta, não se prepara emocional ou psicologicamente para tal. Muitos esquecem, ou desconhecem que o cérebro possui desejos que necessitam ser administrados para não interferirem na vontade consciente do sujeito.
Desta forma, é provável que, noite e dia, o cérebro desenvolva comandos que levem o corpo a sentir vontade de comer aquele doce, aquela torta, ou a quantidade de comida que sempre esteve habituado a ingerir. Isto faz o indivíduo sentir-se angustiado por não poder comer aquilo que sempre comeu.
Imagine uma pessoa que costumava comer chocolate e doces diariamente, sempre após o almoço e o jantar, e que acaba de entrar em uma dieta para emagrecimento. Na receita do nutricionista, o chocolate e o doce foram praticamente abolidos. Como o indivíduo estava habituado a, sempre que acabava uma refeição, comer certa quantidade de doce e chocolate, é provável que seu cérebro lhe faça lembrar nestas horas, a sensação que sentia ao ingerir tais guloseimas. A partir dessas lembranças, se formam os pensamentos, os sentimentos e possivelmente comportamentos de “comer apenas um pouquinho”.
A terapia cognitiva é uma ferramenta psicológica que busca orientar as pessoas sobre a forma como pensam, como sentem e como se comportam. Pareada a uma boa dieta alimentar, pode fortalecer o indivíduo, tornando-o mais capaz de resistir aos pensamentos impulsionadores do comer em demasia.
Se as pessoas aprenderem que os pensamentos podem ser monitorados, poderão aprender a administrá-los, serão capazes de redirecioná-los e saberão quando eles são funcionais (produtivos) ou disfuncionais (improdutivos).
Joacil Luis de Oliveira
Psicólogo Clínico Cognitivo-comportamental
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