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segunda-feira, 4 de março de 2013

Atenção, desatenção e distração!

A atenção é uma função neuropsicológica cujas características envolvem, dentre outras, a capacidade de focar um estímulo desejado entre vários, bem como a capacidade de sustentar tal foco durante o período necessário para que o assunto seja processado na memória de trabalho e, posteriormente, se necessário, armazenado na memória de longo prazo.

Os problemas mais estudados da atenção dizem respeito à capacidade de focar, sustentar e dividir. Quando alguém não percebe detalhes, fatos, imagens ou dados importantes com uma frequência muito grande, diz-se que tal pessoa é desatenta. Isto significa não conseguir ser atraído com facilidade para detalhes de determinado fato. A desatenção está mais relacionada à incapacidade de perceber os estímulos. 

Quando alguém não consegue manter a atenção em determinado foco por um período de tempo desejado, diz-se que o tal é distraído. Isto significa incapacidade em sustentar a atenção. A distração possui maior relação com a incapacidade em manter o foco nos estímulos.

Outro distúrbio que pode afetar a atenção é quando a pessoa não consegue dividir o foco, isto é, atentar para mais de um estímulo no mesmo momento. Esta habilidade é muito requisitada para motoristas, que necessitam atentar para muitos estímulos (carro, direção, estrada, etc) ao mesmo tempo. Quando esta capacidade está prejudicada, a pessoa tem dificuldade em exercer tarefas que exijam atenção dividida.

Quando a atenção de uma pessoa está prejudicada, muitas outras funções neuropsicológicas podem sofrer. Isto porque a atenção interfere no funcionamento das demais. A memória, por exemplo, necessita da atenção para funcionar perfeitamente. Sem esta, não é possível ocorrer perfeitamente o processo de aquisição da memória. Portanto, muitas vezes, uma falha na memória não significa, necessariamente, uma falha "de memória", mas poderá ter uma relação com um deficit na atenção.

Um dos mais conhecidos transtornos relacionados à atenção é o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Crianças ou adultos com este problema tendem a possuir distração e/ou desatenção, ou seja, algum déficit de atenção. 

Além do TDAH, que é um problema de causa genética, outros fatores podem prejudicar a atenção, como: uso de álcool ou outras drogas, demência, depressão, estresse, etc. 

O fármaco mais conhecido e utilizado para o déficit de atenção é o metilfenidato, comercializado com o nome de ritalina. Seu uso é restrito a pacientes acompanhados pelos especialistas credenciados (psiquiatra, neurologista, etc). O medicamento possui controle rigoroso e é contra indicado para pessoas que não apresentam déficit de atenção. 

Outra forma de melhorar a atenção é através da reabilitação neuropsicológica, realizada por um neuropsicólogo. Na reabilitação a pessoa exercita habilidades relacionadas à atenção através de exercícios e técnicas construídas para tal fim.

Joacil Luis - Especialista em neuropsicologia - CRP/13 6160     contato: (83) 8745 4396.

3 comentários:

  1. Parabéns Joacil, gostei bastante do texto acima, assim como os demais. Tenho uma dúvida, se a pessoa se acha desatento e destraído, ela deve por por conta própria procurar um psicologo ou psiquiatra, ou procurar um médico e esperar ser encaminhada por por ele para um especialista da área?

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    1. Ela pode dirigir-se ao psicólogo, de preferência com especialização em neuropsicologia, para avaliar a desatenção.

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