As
crenças centrais são ideias e conceitos que as pessoas desenvolvem sobre si,
sobre os outros e sobre o mundo. Estes conceitos são rígidos e aprofundados,
intrinsecamente, na estrutura psicológica da pessoa. São incondicionais, não
tendo qualquer relação com a situação em que o sujeito encontra-se.
Ao desenvolver crenças sobre
determinado assunto, a pessoa, certamente, agirá de acordo com o que pensa
sobre a situação. Quando um nadador pula em uma piscina para uma competição
olímpica, ele tem a provável crença de que é capaz de nadar, de competir e até
de vencer o adversário. Isso o torna motivado para a ação que desenvolverá
dentro da água. Vale ressaltar que sua crença está fundamentada no seu
treinamento, nas suas habilidades e no preparo físico que possui.
A exemplo do nadador, todas as
pessoas têm crenças que as movem e as motivam a desenvolverem determinados
comportamentos. Porém, as crenças centrais, podem estar tão entranhavelmente ligadas aos processos psicológicos que podem influenciar a maioria dos comportamentos de alguém, tanto para as coisas boas quanto para as disfuncionais.
O desenvolvimento das crenças
centrais acontece desde a infância, sendo este, um dos fatores que
contribuem para que sejam tão rígidas. Além de serem
formadas nos primeiros anos de vida, podem ser alimentadas e fortalecidas por
agentes que tenham importância para o indivíduo. Destaque-se aqui a figura dos
pais, professores, líderes religiosos, personagens televisivos e outros, cujos
conceitos são bem estruturados na concepção das crianças e adolescentes.
As crenças
centrais tanto podem ser positivas quanto negativas. As positivas podem coexistir com o sujeito durante toda história do seu
desenvolvimento. No entanto, as crenças centrais negativas, para despertarem,
geralmente necessitam de algum fator desencadeador. Assim, é provável que um
indivíduo com crença de que não é digno de ser amado, só desenvolva
comportamentos problemáticos a partir de tal crença, na idade adulta, após um
rompimento de relação amorosa ou coisa semelhante.
As crenças centrais
disfuncionais podem ser classificadas em crenças de desamparo, de desamor e de
desvalor. No primeiro grupo, o indivíduo acredita que é impotente, desamparado
e necessitado. O segundo grupo de crenças centrais compreende indivíduos que
acreditam que não são capazes de serem gostados ou amados. Este grupo sente-se
imperfeito e pensa que as pessoas o rejeitam sempre. Por fim, temos, no último
grupo, sujeitos que pensam ser ineficientes, fracassados e desvalorizados.
É importante reforçar que as pessoas são regidas por suas crenças. Quando alguém acredita que é incapaz de falar em público, poderá se esquivar de participar de reuniões onde sua exposição seja exigida. Algumas pessoas, com esta crença, chegam a rejeitar cargos importantes, pelo simples fato de acreditarem que nunca conseguirão falar em público sem que os outros percebam suas falhas.
São as crenças centrais que levam muitos a desenvolverem problemas psicológicos como: depressão (acreditam que não tem mais jeito, o mundo é mal, o futuro é ameaçador), ansiedade (crêem que irão passar mal em algum momento, que algo terrível irá acontecer) e muitas outras mazelas psíquicas. A melhor maneira de identificar as crenças centrais disfuncionais e ressignificá-las é através da psicoterapia.
Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160 Contato: (83) 8745 4396.
As crenças centrais são sempre um processo individual, absoluto e não compartilhado?
ResponderExcluirUm processo individual no sentido de que é peculiar a cada um. Mas coletivo porque sofre a influencia de muitos fatores, pessoas e ambientes, para sua construção. Creio ser isto que você quer saber. Não entendi bem sua pergunta.
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