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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Violência e raiva

A raiva é uma emoção natural e necessária para a sobrevivência humana. Impulsionado pela raiva, o homem luta para se defender em situações onde a vida encontra-se sob ameaça. Esta emoção, portanto, é inata e essencial à sobrevivência da espécie. No entanto, quando a raiva não é controlada, torna-se uma arma perigosa, tanto para quem a possui quanto para os que estão em sua volta.

Agir impulsionado pela raiva pode levar à violência e, consequentemente, a complicações nas interações sociais. O pai que corrige o filho na hora da raiva poderá exagerar tanto nas palavras quanto na disciplina. O chefe que chama a atenção dos funcionários motivado pela raiva pode desabafar e provocar muito constrangimento no local de trabalho. O esposo que tenta resolver um problema conjugal dominado pela raiva, poderá agredir sua companheira verbal, física e psicologicamente. Um professor que não controla a raiva poderá levar seus alunos a desenvolverem sentimentos de inutilidade, dado o teor agressivo da correção do mestre.

O homem é um ser racional e emotivo. Deve haver um equilíbrio entre estes domínios. Quando a razão sobrepõe a emoção, o resultado pode ser frio e sem significado. Se ocorrer o oposto, a emoção poderá produzir um comportamento infantilizado, frágil e débil. Portanto, quando uma decisão é balanceada com a emoção e a razão, o fim será honroso e frutífero.

Age pela emoção quem condena o outro na hora da raiva, sem saber seus motivos nem tentar compreender suas necessidades. Muitas vezes a raiva impulsiona as brigas, que conduzem à violência e, consequentemente, provoca a morte. Movido pela raiva um motorista desce do seu carro, num dia quente de tráfego lento, e agride o colega que, desatento, não avançou quando o sinal abriu. Se houvesse um diálogo, o agressor poderia saber que o desatento acabara de deixar a mãe na UTI de um hospital e está tomado de tristeza e apreensão. Mas a raiva, quando domina o homem, o transforma em um animal feroz, sem siso e sem humanidade.

Para diminuir a violência, talvez não fosse necessário aumentar as celas dos presídios ou as delegacias regionais. Poderia ser que bastasse ensinar ao homem como controlar o maior motivador da violência, que vive enraizado em sua alma - a raiva. 

Geralmente depois da prática violenta motivada pela raiva, vem o remorso. E este é como um câncer que come a alma do agressor. Ele chora porque bateu na esposa, por ter chutado o filho caçula e por não ter tido cautela diante de uma situação estressante. Mas depois que a violência é consolidada, o remorso não reparará o dano causado pela agressão, pois o ferido, mesmo quando perdoa, pode querer distanciar-se do seu agressor. 

É por isto que tem filhos longe dos pais, mulheres longe de esposos e, cada vez mais, as pessoas se distanciam umas das outras, numa busca incansável de vencer as sequelas que a raiva provocou.

Vencer a raiva é como vencer um gigante. Isto não é uma tarefa fácil. Precisa de treino e força de vontade. Mas é algo perfeitamente possível. O resultado final produz um prazer que dura para sempre.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  Contato: (83) 8745 4396.

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