Pesquise um tema aqui

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Alunos que se frustram

Boa parte das pessoas passa a vida inteira querendo impressionar os outros. Veste-se procurando agradar os outros; estuda para ser o mais destacado e vive como se o mundo fosse uma vitrine onde todos olham, elogiam, criticam e opinam. O problema surge quando não se consegue alcançar um nível de satisfação "exigido" pela maioria.

Desde a mais tenra idade os pais incutem nos filhos a ideia de que eles devem se sobressair aos demais. Quando uma criança chega em casa e mostra a nota 10 da prova, os elogios são tão fortes que ela passa a acreditar que sempre deverá obter esta nota para satisfazer seus pais. Muitos não sabem que devem elogiar o comportamento da criança e não ela própria. Devem dizer que a criança se esforçou e está de parabéns por isto. Uma ideia errada poderá vincular na mente incauta da criança de que ela é "mais inteligente" que seus colegas de sala. Assim, poderá sempre se esforçar demais para tirar um 10. Mas, quando isto não ocorre, a frustração poderá servir de gatilho para o surgimento de inúmeros transtornos psicológicos.

Semelhante ao exemplo acima estão aquelas pessoas que sentem necessidade exagerada de provar para os outros que são capazes. Elas estudam horas a fio para realizar uma prova, sempre com a preocupação de ser aprovada com honras e se destacar diante dos colegas. Muitas vezes, esta atitude leva jovens a romperem noites inteiras estudando, por acreditarem que só assim poderão ser capazes de alcançar a nota máxima. Eles não ficam satisfeitos com notas de médio valor e querem uma nota que motive o reconhecimento da turma sobre si. Tais pessoas vivem de elogios, de aplausos e de reconhecimentos.

Entretanto, um problema perturbador ocorre quando as notas excelentes não aparecem por algum motivo. As crianças que não aprenderem a se contentar com notas medianas, poderão ser adultos ansiosos, que acreditam apenas na fama trazida pelo destaque entre os demais. Muitos desses adultos têm pensamentos sobre si de que são incapazes e incompetentes. Paradoxalmente vivem uma vida de estudos exagerados, movidos pela ansiedade e pela necessidade de serem reconhecidos. Mesmo quando são reconhecidos pelos outros, não acreditam que sejam realmente capazes. Usam as boas notas apenas como uma fachada para encobrir o medo de ser descoberto como incapaz. Seus pensamentos giram em torno do "tudo-ou-nada". Uma nota 10 é excelente e qualquer outra abaixo disso não tem valor. 

Estas coisas alimentam a depressão, a ansiedade e muitos desajustes psicológicos. A forma como determinados alunos se percebem pode ser fundamental para uma vida acadêmica tranquila, frutífera ou transtornada. Muitos "crânios" do ensino fundamental decepcionam-se e decepcionam no ensino médio e quando entram na faculdade. Os pais devem preparar seus filhos pequenos para as frustrações da vida acadêmica, ensinando-os desde cedo a enxergarem suas notas como resultados de esforço e dedicação ao invés de vê-las vitórias exageradas, dignas de troféus.

Joacil Luis - psicólogo - CRP 13/6160 contato: (83) 8745 4396.

Nenhum comentário:

Postar um comentário