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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Edifícios eternos para estadias curtas

Mansões, palácios, casas maravilhosas, arquitetura esplêndida. Assim são as obras que muitos homens fazem questão de passar mais da metade da vida edificando. A saúde é gasta e muitos esforços são dispensados com o propósito de construir verdadeiros impérios cuja manutenção costuma ocupar toda a vida de seus proprietários. Muitos nem vivem mais para si. Passam a maior parte do tempo administrando um patrimônio físico que, apesar de belo, é inerte e sem vida.

Mas, enquanto isto, a vida é dispensada como se o corpo fosse sem importância e o prédio seguisse pela eternidade. É como um desejo insaciável de ter e possuir, onde os bens regem o ritmo da vida e ditam as normas da felicidade.

Muitos homens nunca entenderam que o desejo exagerado de possuir acaba tirando o direito de desfrutar do que já existe. Por causa disso os filhos são preteridos, os pais esquecidos, os amores desprezados e o coração passa a desejar apenas a herança material que o mundo, tão efêmero, pode oferecer. 

Tantos acabam tristes e deprimidos dentro de suas mansões, sentindo falta do filho mal amado, da esposa traída e dos velhos pais que se foram sozinhos, impulsionados pelo desprezo. Neste momento o dinheiro guardado não serve de companhia. Os cristais, os lustres, os diamantes, as jóias e todo tesouro acumulado se torna tão fútil e dispensável nesta hora, que muitos reconhecem, tardiamente, o quanto fracassaram querendo ter. Aprendem muito tarde que querer ter demais poderá levar a não desfrutar do que já possui e está acessível. 

Quando se acredita que é tarde para voltar e reconstruir, perde-se o desejo daquilo que sempre se focou. A frustração leva à tristeza, que conduz ao desespero, à depressão e, muitas vezes, à morte.

A maior causa de perturbação do homem gira em torno de sua frustração com aquilo que já possui. Grande parte dos que não se aceitam, rejeita a forma como é. Muitos ansiosos têm medo de perder o que têm. Muitos deprimidos lamentam aquilo que se foi. E assim, os homens caminham valorizando o que não têm e desprezando o que já conquistaram, numa corrida louca de desrespeito ao próximo, ganância e cobiça.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160  Contato: (83) 8745 4396.

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