Mansões, palácios, casas maravilhosas, arquitetura esplêndida. Assim são as obras que muitos homens fazem questão de passar mais da metade da vida edificando. A saúde é gasta e muitos esforços são dispensados com o propósito de construir verdadeiros impérios cuja manutenção costuma ocupar toda a vida de seus proprietários. Muitos nem vivem mais para si. Passam a maior parte do tempo administrando um patrimônio físico que, apesar de belo, é inerte e sem vida.
Mas, enquanto isto, a vida é dispensada como se o corpo fosse sem importância e o prédio seguisse pela eternidade. É como um desejo insaciável de ter e possuir, onde os bens regem o ritmo da vida e ditam as normas da felicidade.
Muitos homens nunca entenderam que o desejo exagerado de possuir acaba tirando o direito de desfrutar do que já existe. Por causa disso os filhos são preteridos, os pais esquecidos, os amores desprezados e o coração passa a desejar apenas a herança material que o mundo, tão efêmero, pode oferecer.
Tantos acabam tristes e deprimidos dentro de suas mansões, sentindo falta do filho mal amado, da esposa traída e dos velhos pais que se foram sozinhos, impulsionados pelo desprezo. Neste momento o dinheiro guardado não serve de companhia. Os cristais, os lustres, os diamantes, as jóias e todo tesouro acumulado se torna tão fútil e dispensável nesta hora, que muitos reconhecem, tardiamente, o quanto fracassaram querendo ter. Aprendem muito tarde que querer ter demais poderá levar a não desfrutar do que já possui e está acessível.
Quando se acredita que é tarde para voltar e reconstruir, perde-se o desejo daquilo que sempre se focou. A frustração leva à tristeza, que conduz ao desespero, à depressão e, muitas vezes, à morte.
A maior causa de perturbação do homem gira em torno de sua frustração com aquilo que já possui. Grande parte dos que não se aceitam, rejeita a forma como é. Muitos ansiosos têm medo de perder o que têm. Muitos deprimidos lamentam aquilo que se foi. E assim, os homens caminham valorizando o que não têm e desprezando o que já conquistaram, numa corrida louca de desrespeito ao próximo, ganância e cobiça.
Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160 Contato: (83) 8745 4396.
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