Pesquise um tema aqui

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Como se instala um vício

Levando em consideração uma explicação didática, o vício é algo que se faz de forma repetida e sem controle. Quando o comportamento é praticado de forma contínua e frequente, se afirma que tal ato é um vício. De forma mais ampla, é provável que grande parte das pessoas tenha algum tipo de vício. Após sua instalação, pode  transformar o indivíduo em "servo" do comportamento. 

Mesmo que nem todo vício traga graves prejuízos à saúde,  poderá diminuir a capacidade volitiva daqueles que o alimentam. Ele se instala lentamente na rotina de cada pessoa e vai, aos poucos, ditando as normas e fazendo com que as coisas ocorram sempre do seu "jeito".

A palavra vício costuma ter um cunho pejorativo, pois sempre se pensa nela como algo ligado às drogas, ao álcool, etc. Sendo assim, torna-se importante saber como ele se instala na vida de cada indivíduo. Na verdade, é no cérebro, depósito das memórias, onde a necessidade de repetir determinadas ações acontece e é reforçada. 

Especificamente na parte cerebral conhecida como sistema límbico, que é responsável, dentre outras coisas, pelas emoções, pode estar uma parte da memória responsável pelo estabelecimento do vício. Cabe ressaltar, também, que, para rejeitar a prática de um determinado impulso, uma região cerebral ligada à área órbitofrontal desenvolve um papel fundamental. 

Mas, a instalação do vício não é, necessariamente, exclusividade da ativação de certas áreas cerebrais. Os estudos falam sobre predisposição genética, ambiente, crenças pessoais, fatores fisiológicos, etc. Trata-se de um conjunto complexo que atua na construção de um processo vicioso. 

Sendo mais claro, uma criança que tenha pais alcoolistas pode trazer uma predisposição ao uso do álcool. Se esta criança cresce em um ambiente totalmente avesso à substância, pode ser provável que ela não desenvolva afinidade com a droga. No entanto, se seu ambiente de crescimento for propício ao uso do álcool, os dois fatores (ambiente e genética) se juntarão a outros para facilitar o estabelecimento do vício.

A vida desta criança poderia ser resumida da seguinte forma, caso ela se tornasse um adulto alcoolista:

- Pais viciados (o que poderia gerar a predisposição genética);
- criada com os pais (ambiente facilitador do contato com a substância);
- A convivência com o ambiente familiar conturbado pode fazê-lo acreditar que era inepto e tímido; 
- Na adolescência um amigo lhe oferece o álcool em uma festa e ele prova. Sentindo-se mais relaxado, corajoso e desacanhado, consegue aproximar-se de uma garota e ficar com ela. (Sistema límbico é ativado. O adolescente armazena na memória emocional sua primeira experiência com o álcool como algo que lhe trouxe prazer, coragem e desinibição).
- Desenvolve a crença de que o álcool pode ajudá-lo a ser mais adaptativo;

A partir desse ponto é possível que o adolescente passe a usar a droga sempre que necessite interagir com uma garota ou quando se sentir acanhado, para encorajar-se. Com o uso contínuo, o vício passa a instalar-se e a necessidade do álcool vira algo incontrolável.

Existem muitos fatores ligados ao estabelecimento de um vício. O ideal é que no primeiro momento em que se perceba a aproximação com o perigo, se procure cortar a corrente viciosa, eliminando os fatores facilitadores. Em muitos casos será necessária a intervenção de um profissional.   Após a instalação do vício, será mais difícil se livrar dele.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160 Contato: (83) 8745 4396.

Nenhum comentário:

Postar um comentário