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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Em briga de casal nem sempre o problema é o outro

Todo comportamento ruim tem uma fonte. Até mesmo aquele mais devastador, que faz com que os casais briguem e se separem, tem algo que serve de motivação. O problema, muitas vezes, ocorre quando, invés de atacar a fonte do mau comportamento, um dos cônjuges declara guerra contra o companheiro. Assim, mesmo combatendo o comportamento, não identifica sua fonte para, definitivamente, eliminá-la.

Imagine um adolescente cujo pai seja autoritário e machista. Na sua casa ele tem a palavra final, sem ouvir a esposa ou os filhos. Ninguém pode opinar ou contrariar aquele "chefe" de família. Todos vivem subjugados por seus "decretos" e o jovem cresce aprendendo que o pai é o "mandachuva" da casa.

Imagine, também, uma jovem moça cujo pai é uma pessoa tranquila e que sempre reúne todos da casa para discutir sobre decisões importantes. Ele ouve a opinião da esposa e dos filhos. Nesta casa, as coisas sempre são resolvidas através de uma discussão democrática e pacífica, onde todos opinam.

Agora pense que, sem conhecer a família do rapaz da primeira história, esta moça enamore-se dele e se case. Dias depois do casamento o jovem esposo começa a demonstrar comportamentos de autoritarismo, impondo seus desejos para que sua companheira obedeça. Ela, aflita e sem saber o que ocorre, começa a enfrentar o marido, rejeitando se submeter às suas ordenanças.

Ele diz: você é chata; não faz o que eu peço; não assume o papel de esposa.
Ela afirma: você é grosso; autoritário; não casei para ser sua escrava.

Desta forma um começa a atacar o outro sem perceber que cada um deles aprendeu a lidar com a família de forma diferente. Este tem sido o erro de muitos casais. Antes de partirem para o matrimônio, não procuram conhecer o que o outro sabe sobre lidar com a vida a dois. 

Cada membro de uma nova família leva consigo para o novo lar sua história de vida, de aprendizado e de valores. Eles vão lidar um com o outro de acordo com o que aprenderam em casa, geralmente com seus pais. 


Pais que se relacionam bem entre si, geram filhos bem preparados para futuros casamentos, pois os filhos aprendem muito mais com os pais do que eles próprios possam acreditar. Mesmo aqueles que discordam da atitude dos genitores, muitas vezes, se pegam praticando a mesma coisa e se surpreendem ao perceberem que têm o velho comportamento que rejeitavam nos pais.

Logo, a fonte dos comportamentos disfuncionais, que causam conflitos no casamento deve ser o foco dos casais em tribulação. Não adianta dizer para o marido que ele é machista e gritar com ele por isso, sem antes tentar entender o que o tornou tão radical. 

Quando a fonte é encontrada, será possível compreender melhor os motivos do outro. Depois desta compreensão, será mais fácil, juntos, num momento de calma, falar sobre o assunto. 

Será muito mais importante para o casal atentar para aquilo que cada um trouxe de suas famílias para seus lares a ficar se mutilando com palavras ofensivas, sempre que se comportarem da forma como foram educados. Acusar o outro poderá ser tão prejudicial quanto ser ferido. Marido e mulher precisam entender que não são inimigos, mas estão em um mesmo barco e devem remar em uma mesma direção.

Depois de tudo isto, lógico que uma boa dose de renúncia, humildade, compreensão e amor ajudará na mudança de um comportamento que esteja atrapalhando a vida do casal. 

Os pais ficam no altar, quando entregam seus filhos para seus cônjuges. Depois disso, é uma nova família que começa a se formar, com uma nova visão e uma nova "administração". Por melhor que tenha sido a educação na casa dos pais, apenas os costumes que servirão para unir o novo casal deverão acompanhar os noivos.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160   Contato: (83)8745 4396.

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