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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dependência Afetiva (parte 2)

Há dois tipos de dependentes afetivos: os ativos e os passivos. A diferença entre eles está na maneira como pensam e se comportam. O dependente afetivo ativo costuma pensar que precisa "vigiar" seu "objeto" de amor para que os outros não o tirem ou para que ele próprio não vá embora. A partir desses pensamentos, passa a se comportar de forma ciumenta e agressiva. Como ele pensa que não pode viver sem seu "amor", e como acredita que precisa tomar providências para que não fique só, passa a desenvolver um medo irracional de ser deixado para trás. Tal indivíduo, acredita que quando começou a relaciona-se com o outro, adquiriu uma "propriedade" que lhe pertence a todo custo. Sendo assim, como um fazendeiro que cerca suas terras para não serem invadidas, ele cerca o outro de olhares, investigações, crises de ciúmes, gritos, proibições, e, até surras. Na verdade, o que ele quer é impedir que "seu objeto" seja roubado ou vá embora. E tudo que faz, na cabeça dele, é por amor. Por amor ele bate, fere, agride psicologicamente, prende dentro de casa, humilha, faz chorar e, quando sente que está perdendo, até mata. Tudo em nome do "amor". No entanto isto nada mais é do que um viciado afetivo brigando para não perder o objeto do seu vício.

Por outro lado, o dependente afetivo passivo acredita que a submissão e o silêncio poderão segurar a pessoa desejada. Seu comportamento em relação ao outro é de entrega total. Aos poucos começar a despersonalizar-se passando a assumir a vida e a identidade do outro. O vício, que ele chama de amor, é tão intenso, que suas expectativas, seus sonhos, os projetos que antes motivavam sua vida, deixam de existir para darem lugar à vida do outro. Enquanto um cresce o outro diminui. 


O dependente afetivo é tão escravizado quanto o dependente químico. As crises de abstinência são semelhantes. Assim como um usuário de droga não consegue passar um único dia sem seu objeto de prazer, o dependente afetivo não fica longe de sua "coisa amada" por um tempo muito extenso. E, quando isto precisa acontecer, a abstinência é amenizada por telefonemas a cada hora, mensagens de texto, msn, etc. O que motiva esta relação não é um harmonioso sentimento do amor verdadeiro que traz liberdade e que produz paz. A relação dependente é motivada pelo desejo incontrolável de obter prazer. Na verdade o dependente afetivo não ama o outro, mas ama a si próprio e vive em prol de uma relação visivelmente sufocante onde tudo que importa é seu próprio prazer (...).
Joacil Luis - Psicólogo  CRP 13/6160

9 comentários:

  1. Ou seja, a partir dessa visão, poderíamos dizer que ninguém ama realmente. Ou, como diria Nietzsche, todo amor é, no fundo, egoísmo. Todo amor inclui dependência afetiva. A partir do momento em que se começa a amar uma pessoa, dificilmente consegue-se imaginar a vida sem ela.

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    1. Ama sim, Anônimo! Estes casos acima, são exemplos de dependentes. Mas, é possível amar, sem depender. Abraço. rsrs

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  2. Que procedimentos essas pessoas em crise de abstinência deve ter para amenizar essas "dores"? Como eu vejo como doença...demora muito essa crise acabar?

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    1. Uma dica importante é evitar qualquer contato com o "objeto" do vício. Não ligar, não ver fotos, não se comunicar, evitar locais onde possa encontrar, etc. Acima de tudo, não deve esquecer que o QUERER é o maior aliado para se conseguir tirar tal "doença" da cabeça. Abraço.

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    2. O difícil é quando se tem vínculo como um filho. ..mas como falou tem que querer e ser forte nas decisões. Obrigado!

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  3. Eu não sei onde me encaixo, mas terminei um relacionamento muito difícil onde eu me anulei completamente perdi minha identidade e estava sendo totalmente destrutiva, depois de um bom tempo consegui me afastsr, mas ando tento náuseas,tonturas, perca de apetite, vômitos constantes, olhos vermelhos entre outros que ja pesquisei são sintomas da crise de abstinência. Tá muito difícil mas não pretendo voltar atrás na minha decisão de me reconstruir

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    1. Os relacionamentos não existem para despersonalizar as pessoas. As vezes, somos nós quem erramos nos dedicando de forma errada ao Amor que encontramos. Mesmo nos relacionamentos amorosos é necessário equilíbrio e autocontrole. Sugiro que leia meu livro: FAÇA SEU AMOR DURAR PARA SEMPRE. Certamente lhe ajudará. Abraço.

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  4. Estou passando por um processo de separação que foi uma total surpresa da minha parte, estávamos juntos a seis anos e éramos um casal pacífico não tinha brigas éramos muito amigos fazíamos tudo junto, mas ele tinha uma sentimento mal resolvido que voltou a fazer parte dele e ele resolveu terminar, mais está sofrendo assim como eu porque sentimos faltas da companhia um do outro...eu não sei o que pensar nesse caso.

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    1. Neste caso, não há muito o que pensar. Apenas busque pensar em alguma maneira de você ficar bem, pois não pode decidir por ele. Foi uma decisão dele. A única coisa que você pode fazer é buscar continuar a vida. Procure focar em você e não rumine pensamentos de coisas que podem não voltar mais. Caminhe para um futuro melhor.

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