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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dependência Afetiva (parte 4)

Ser um dependente afetivo, como já foi comentando em postagens anteriores, é tão prejudicial quanto usar uma droga ilícita. Dependente aqui, não se trata de uma expressão figurada para ilustrar determinada situação. O sentido da palavra é, realmente, literal. Sabe-se que alguém é dependente, quando, apesar de descobrir, e de saber, que o uso de tal substância está lhe fazendo mal, mesmo assim, não consegue afastar-se dela.  O dependente afetivo, semelhantemente ao dependente químico, mesmo sabendo que o relacionamento está desgastado, que o parceiro lhe ofende, desdenha e engana, apesar de ter sido agredido de todas as formas possíveis (psicológica, física, social e moralmente), não consegue afastar-se do agressor. 

A principal justificativa para uma pessoa permitir-se dominar pelas drogas pode estar relacionada a sua percepção em relação a si próprio. Há pessoas que se sentem tímidas, e, quando usam drogas, adquirem, mesmo que temporariamente um pouco de "coragem". Isto torna a droga uma aliada. Uma aliada que finge tirar a timidez, mas, na verdade, age aumentando sua intensidade sempre que o usuário está longe dela. Desta forma, ele habitua-se a procurar a droga para sentir-se corajoso e consegue deixar de ser fraco. Então ele conclui, erradamente, que não pode viver sem a substância.

Para justificar a dependência afetiva, é possível seguir o mesmo raciocínio. O indivíduo que se sente fraco, encontra alguém que resolve todas as coisas de sua vida, fazendo-lhe sentir-se (estando ao lado dele) forte e despreocupado. Então ele percebe que o outro, por resolver seus problemas, lhe torna forte. Mesmo que seja chato, antipático, agressivo, sem afeto, e desprovido de amor, mas, por algum motivo lhe dá segurança e lhe faz sentir-se, aparentemente menos fraco. O dependente logo conclui, ingenuamente, que não pode viver sem ele.


Tanto na dependência química quanto na afetiva, estão em cena um carente, um aproveitador e uma relação disfarçada de proteção (...)

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160

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