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terça-feira, 22 de maio de 2012

Dependência Afetiva (parte 3)

Um fator que exerce bastante influência sobre a dependência afetiva, é a autoeficácia. Este termo refere-se a convicção que a pessoa tem de que é capaz para realizar determinada tarefa. Quando o nível de autoeficácia é baixo para determinada coisa, o indivíduo poderá retrair-se ou rejeitar a função.  Cotidianamente todos são bombardeados por problemas advindos de várias esferas da vida. Dificuldade com os filhos, com contas a pagar, com doença, família, etc. Se a pessoa se percebe com um bom nível de autoeficácia, enfretará sem muita dificuldade e, muitas vezes, até sozinho, a resolução dos eventos turbulentos.

Quando alguém tem uma baixa autoeficácia, poderá esperar que outros resolvam seus problemas. Isto torna-se bastante cômodo por ocasião do casamento quando um cônjuge se percebe com pouca autoeficácia. Ele sempre vê no outro a solução dos problemas. O outro é sempre mais capaz, mais habilitado, mais desenrolado, mais pronto para enfrentar os desafios. 


Com esses pensamentos o indivíduo se submete sempre a esperar que o outro opine e faça da sua maneira. O "mais capaz" na relação é quem decide, quem planeja, quem lidera, quem manda. Muitas vezes este "mais capaz" começa a sentir-se importante demais. Isto faz com que desenvolva orgulho e se sinta realmente superior ao seu parceiro. Quando um se percebe fraco, automaticamente o outro é intitulado como forte e, consequentemente, digno de ser tratado como um príncipe. A partir daí, o convívio já não desfruta de uma harmoniosa relação de igualdade entre duas pessoas que se amam. Passa a configurar uma relação onde um é um súdito e o outro a "Majestade". Tudo começa a girar em torno do "Rei" da casa. Ele tem o melhor lugar na sala, o melhor prato na mesa, a melhor fatia de torta, o espaço privilegiado no horário da TV. E isto, não se dá por causa de um acordo ou uma tendência amorosa, mas por uma discrepância psicológica onde o que era para ser "igual e semelhante" se torna "diferente e superior".


Cabe ressaltar que cônjuges não são rivais e não devem se perceber como numa relação de concorrência. Não foram feitos para estarem debaixo de um gerenciamento contínuo onde aquele que for melhor assume a liderança. Eles existem para que um complete o outro e, assim, se tornem iguais numa relação edificante, de afeto (...).
Joacil Luis   - Psicólogo - CRP 13/6160

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