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quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Memória


A memória humana é um fascinante mundo psíquico que tem causado interesse na ciência desde as mais remotas datas. Tentar desvendar seu funcionamento e compreender sua formação é um projeto auspicioso da ciência. Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida. Muitos avanços aconteceram envolvendo esse assunto e levando o homem a cada vez mais aproximar-se de seu reservatório de conhecimentos. Memória é a capacidade humana de armazenar informações, conservá-las de forma consciente ou inconsciente, e, recuperá-las para uso posterior.
Pode-se dizer que o cérebro humano abriga um infinito banco de dados localizado em locais diversos, conhecidos e desconhecidos pela ciência. Quando se fala de memória, não se tem 100% de precisão para afirmar em que parte do cérebro ela está localizada. Existe, sim, algum conhecimento científico que mostra que uma lesão em alguns pontos cerebrais, pode afetar parte ou a totalidade da memória. Todavia, a ciência luta pra desvendar o processo de memorização humano e esclarecer o maravilhoso funcionamento mnemônico. Estudos revelam que três etapas são fundamentais no funcionamento da memória: a codificação, o armazenamento e a recuperação. Codificar é fazer a informação entrar na memória. Codificamos uma informação sempre que a ouvimos, vemos, sentimos, degustamos ou percebemos através do cheiro. A codificação ocorre de forma automática ou involuntária, mas, também por vontade própria através do esforço que é seguido de atenção para aquilo que queremos memorizar. A codificação com esforço acontece quando temos necessidade da informação. Muitas vezes é preciso empreender ensaio para codificar uma informação na memória a fim de que esta tenha efeito duradouro. Sobre o armazenamento de informações, alguns pesquisadores dividem a memória em três tipos: memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. A memória sensorial preserva a informação em sua forma sensorial original por uma fração de segundo (WEITEN. W 2002). A memória de curto prazo consegue guardar uma informação por até 20 segundos. E a memória de longo prazo não tem limites de tempo para guardar informações. A memória de longo prazo pode guardar informações conscientes, que podem facilmente ser recuperadas, ou informações inconscientes, que apesar de não poderem ser recuperadas facilmente, podem se manifestar de forma instintiva. A recuperação de dados armazenados na memória pode acontecer pela vontade humana, quando existe uma necessidade, ou pode ocorrer de forma involuntária, quando determinado estimulo leva a memória a liberar dados armazenados. Quando necessitamos lembrar o número do telefone de um amigo, recuperamos esse dado da memória voluntariamente sem a interferência de qualquer estimulo, que não seja a necessidade da informação. Quando, no entanto, ouvimos uma música antiga, guardada em nossa memória em um momento apaixonante, imediatamente lembramos do episódio passado e reconstruímos cenas até então “esquecidas” pelo nosso consciente. A memória é um fantástico mundo de complexidade. Para que o ser humano possa reter na memória uma determinada informação, é necessário que sua atenção esteja voltada para isso. Sem atenção, não há qualquer possibilidade de se guardar um fato, e, sem guardá-lo, não há como recuperá-lo depois. A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o arquivo e a recuperação de experiências. Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades intelectuais e mecânicas. Sem a memória seríamos apenas um aglomerado de órgãos desconexos funcionando de forma vegetativa sem capacidade de desenvolver qualquer tarefa planejada. Não teríamos passado, nem planejaríamos o futuro, e, o presente seria desbotado e sem qualquer resquício de curiosidade. Seríamos, sem memória, como a folha que o vento leva ou como a pedra que a água empurra. Complexa e de difícil esquadrinhamento, o que se sabe sobre a memória é tudo aquilo que ela própria é capaz de investigar e compreender sobre si. É possível abrir um coração, um pulmão, um órgão qualquer e, até o cérebro, mas, a memória é um tesouro escondido, invisível, impalpável, inacessível.


Joacil Luis 

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