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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Paixão que mata (Mulher executa marido)

Elize Araújo confessou ter matado o marido por ter sido traída. Chamam isto de crime passional, ou seja, crime cometido por razões que envolvem paixão. Para ser mais preciso, o ciúme foi a principal causa da morte do empresário. Primeiro ela desconfia, depois contrata um detetive, descobre a traição, não aceita, decide matar e mata. 



Paixão, cuja origem grega (pathos) remete a doença, pode ter sido o principal motivador que levou Elize a atirar no marido, esquartejá-lo e tentar se livrar, friamente, do cadáver. A paixão é um sentimento ambíguo. Isto porque pode sugerir amor quando expressa ódio, pode apontar para o desejo de ser livre quando aprisiona e pode aparentar sanidade quando está dominado pela loucura.

A exemplo desta esposa assassina, muitos casais se permitem viver em meio a um relacionamento gerenciado pela "paixão". Nesta forma de "amar" um domina e outro é dominado; enquanto um vive o outro morre; enquanto um cresce o outro diminui. Tudo acontece, no entanto, em nome do "amor" que é sempre confundido com o ardiloso estigma da paixão. 

A paixão que fez Elize desconfiar, fazia também ela acreditar que era dona do marido e que ele não era uma pessoa, mas um objeto que a pertencia. A mulher acreditava que o esposo não podia escolher entre ficar com com ela e abandoná-la, entre trair e arcar com as consequências. A paixão fez Elize está convicta de que matar era mais prudente do que divorciar-se. Isto porque a paixão priva a pessoa da capacidade de raciocínio e de escolha. Sua meta é a destruição. Sua finalidade é o sofrimento. Seu destino é promover a morte. Quem é dominado pela paixão está preso a um "comandante sentimental" invisível, mas feroz, que só pensa em seu próprio prazer.

A paixão acomete o cérebro e priva suas áreas responsáveis pela decisão de agirem livremente. É evidente que, muitas vezes, ela se une a índole do indivíduo, e, quando esta não tem uma natureza agradável, a dupla da destruição é quase imbatível.

Resta apenas a dica de que nunca se deixe prender pelas correntes da paixão. Os pais, fiscalizem a forma como seus adolescentes se relacionam no namoro. Caso desconfiem de muita aproximação, procurem ajudá-los. Os casais observem como se comportam seus pares. Não aceitem um relacionamento movido pela influência da paixão, pois seu final, certamente será trágico.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160

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