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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Homem estupra filho para vingar-se da ex-esposa

Foto: Júnior Paiva
Isto aconteceu recentemente e foi noticiado pelos jornais. Um homem, que teve o casamento desfeito porque a esposa não suportava mais ser agredida, prometeu vingar-se dela e, para fazê-la sofrer, estuprou o próprio filho sem ter a menor piedade da criança que jamais imaginava ser tão machucada pelo pai. A partir desse fato a pergunta que muitos fazem é: o que leva alguém a cometer tamanha barbárie contra o próprio filho?

Esta não é uma pergunta fácil de ser respondida, mas o ocorrido é altamente sugestivo à reflexão. O homem disse que agrediu sexualmente o filho para vingar-se da ex-esposa. Foi o desejo de vingança que o motivou a ter tão perverso comportamento. E este desejo foi tão intenso que, se existia algum tipo de sentimento bom nele para com a criança, foi anulado pelo ódio que cresceu em seu coração.

A reflexão seria no sentido de examinar cada sentimento ruim que as pessoas alimentam. Existem pessoas que não suportam ser preteridas ou abandonadas. Parece que o "pai" do noticiário em foco pertence a este grupo, pois a mãe da criança afirmou para a imprensa que ele sempre a ameaçou dizendo que não a deixaria em paz por ter se separado dele. Boa parte das pessoas com alta sensibilidade ao abandono acaba não admitindo a carência que sente e, como resposta disfuncional para encobrir o medo de ficar sozinha, se submete aos caprichos dos pares ou tenta, através da agressão, sustentar o outro ao seu lado.

Geralmente estas pessoas são péssimas companhias, pois querem o outro, mas não admitem o desejo. É partindo deste pensamento que se pode imaginar um pouco sobre o comportamento do estuprador do próprio filho. Primeiro ele tentou sustentar o casamento atrávés da agressão. Queria que a esposa o temesse e tivesse medo de o abandonar. Outrossim, uma vez que isto não foi possível, sentindo-se abandonado e só, condição que sempre pôde ter temido, descontrola-se e dá lugar ao ódio insano, que apodera-se de sua mente e o faz comportar-se como se nem humano fosse.

Esta talvez fosse uma explicação. Uma explicação, e não uma justificativa para atitude tão atroz, doente e inconcebível. Mas, como os humanos podem tirar lições dos desalentos, resta sugerir que cada um observe seus sentimentos. Que não alimente o ódio contra o outro e que procure resolver seus medos e frustrações de forma coerente e funcional. De nada adianta querer o outro perto, se não pode dizer-lhe que deseja isto, se não pode tratá-lo bem e se não faz por onde merecer sua presença.

Assim, esposas continarão abandonando maridos incapazes de amar, mas espera-se que os filhos não sejam mais objetos da vingança de homens "doentes". Que cada ferido aprenda a lidar com sua dor, pois a vingança jamais existiu como "curandeira" ou promotora de justiça.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160                     Contato: 83 8745 4396.

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