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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Qual a Idade da Velhice?

Foto: Júnior Paiva
O estatuto do idoso considera 60 anos como idade referência para a pessoa ser portadora de seus direitos estatutários. No entanto, não se pode afirmar com base nos artigos de um estatuto, que uma pessoa está velha ou nova. Aliás, o termo velhice, por possuir, no entender de muitos, uma conotação pejorativa, tem sido desabilitado para referenciar a pessoa acima de 60 anos. Idoso é o termo mais politicamente correto e aceito. 

O que passa a ser importante na discussão deste artigo é analisar as características de uma pessoa considerada idosa e mostrar que alguns estereótipos foram agregados a ela, de forma injusta e preconceituosa. Desta forma, pretende-se aqui mostrar que muitas "características" da velhice podem ser encontradas em vários tipos de idade, inclusive nos mais jovens, apontando que, psicologicamente, alguns envelhecem antes da idade oficialmente aceita pela maioria, enquanto outros, mesmo estando bem acima dos 60, possuem comportamentos de pessoas jovens. Vejamos:

1. A chatice - sempre se atribui este comportamento aos idosos, mas ignora-se que ser chato não é uma questão de idade. Aqueles que não toleram a frustração ou não aceitam ser preteridos em algumas ocasiões, se comportam de forma ranzinza. Ademais, chatice pode ser sintoma de estresse. As perturbações e os afazeres diários podem desencadear um comportamento aborrecível. Ser chato, portanto, depende de fatores que estão muito aquém dos 60 anos.


2. Doenças - são sempre confundidas com sintomas da velhice. As doenças crônicas, por exemplo, são diretamente ligadas aos idosos como se eles fossem os únicos que as possuíssem. Mas, os hospitais estão cheios de jovens com asma, reumatismo, artrite, etc. Estas patologias são menos "preconceituosas" com suas vítimas do que a maioria das pessoas.


3. Querer as coisas do jeito deles - muitos se referem aos idosos afirmando que são chatos e abusados e que "querem tudo do jeito deles". Só não se pode explicar que pessoa não deseja isto. Todos querem as coisas do seu próprio jeito. Não precisa ser idoso para isto. Só que, muitas vezes, para ter as coisas do seu jeito o idoso precisa contrariar o cuidador, que não respeita seus direitos. É fácil acusar o idoso, o que não é tão agradável é colocar-se em seu lugar e entender seus motivos.


A chatice, as doenças e as imposições pessoais estão presentes em todas as idades. Mas os mais novos utilizam-se da força e do vigor para impor seus desejos e caprichos enquanto os idosos são, preconceituosamente, taxados de termos pejorativos que depreciam e excluem.  Muitos esquecem que a força que falta ao idoso é recompensada pela experiência e sabedoria. Se os jovens sentassem com seus avós e ouvissem suas histórias, seus dilemas, conflitos, experiências, traumas, vitórias, lutas e conquistas, se curvariam diante de uma vida tão sabiamente edificada. Eles saberiam que os idosos foram tão sábios que os trouxeram à vida.


O que os torna isolados, solitários e incomunicáveis é o desprezo que seus descendentes lhes ofertam diariamente, tratando-os como se fossem indignos de opinar, falar, desejar, sentir prazer e serem felizes. Para estes atributos a idade é irrelevante. Eles ocorrem na alma, que não envelhece. Qual o jovem ignorado, desprezado, isolado e preterido que não se alia aos aspectos comportamentais de muitos idosos? Trate bem o idoso e terá uma eterna criança ao seu lado. Machuque o jovem e ele será amargo e "envelhecido".


Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160         Contato: 83  8745 4396.





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