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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Transtorno do Estresse Pós-traumático - TEPT


É um transtorno de ansiedade caracterizado por um conjunto de sintomas que se instalam, após a pessoa presenciar ou vivenciar um evento traumático considerado extremo (apesar de que algumas pessoas podem desencadear o transtorno, frente a eventos aparentemente triviais).


A pessoa reage com medo e impotência, revive de forma persistente o acontecimento e busca evitar lembrar-se dele. A pessoa apresenta sofrimento psicológico recorrente diante de lugares e eventos que lembrem a ocorrência traumática; passa a evitar qualquer possibilidade que leve a reviver o trauma; apresenta um abafamento emocional (impossibilidade ou dificuldade de sentir prazer = anedonia); e uma hipervigilância quase que constante. Podem surgir sintomas associados, como agressividade, violência, falta de controle de impulsos, depressão e transtornos relacionados a drogas.

A pessoa acometida do TEPT por vezes apresenta sintomas fisiológicos como taquicardia, tremores, sudorese, tonturas, o corpo “gelado”, voz “embargada”, dentre outros.

Tais consequências ocorrem em decorrência da sensação perturbadora de imprevisibilidade e vulnerabilidade, que rompe violentamente o senso de segurança. A gravidade do transtorno é maior quando sua origem é humana, como nos casos de estupro, tortura ou assalto.

O diagnóstico é definido quando os sintomas duram por mais de um mês após o evento estressor e afetam de modo significativo áreas funcionais importantes da vida, como a familiar e a profissional. Os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR para o TEPT especificam que os sintomas de evitação, revivência dolorosa do evento, recordações aflitivas, intrusas ou recorrentes e a hipervigilância, devem durar por mais de um mês. Para pacientes cujos sintomas se apresentam por menos tempo, o diagnóstico apropriado pode ser o Transtorno de Estresse Agudo – TEA.

O exame do estado mental por vezes revela sentimentos de culpa, rejeição e humilhação. Testes cognitivos podem revelar algum comprometimento da memória e da atenção.

 O conhecimento sobre esse transtorno decorre dos estudos sobre as consequências psiquiátricas da exposição humana aos traumas, como guerras, desastres naturais, abusos, encarceramento em campos de concentração, estupros, assaltos, etc. Após todas essas situações, os historiadores e cientistas passaram a descrever o aparecimento dos sintomas do transtorno, relacionando seus níveis à gravidade do evento.

TRATAMENTO

O objetivo principal da intervenção é a recuperação do senso pessoal de controle e a estabilidade emocional. É mover o paciente da situação de dominado e controlado pelo acontecimento traumático, para o aqui e agora, no uso pleno de suas capacidades.

O Psicoterapeuta precisa estar bem capacitado para planejar o processo psicoterapêutico, conforme as diferenças particulares dos estresses advindos de causas diferentes, e também identificar com competência qual o nível de estresse em que se encontra o seu cliente.

A psicoterapia deve seguir um modelo de intervenção, na crise, com apoio, instrução e desenvolvimento de mecanismos para lidar com o estresse e, principalmente, trabalhar a aceitação do evento.

As técnicas de relaxamento são fundamentais para propiciar um melhor funcionamento biopsicológico e possibilitar com mais eficácia a aplicação das demais técnicas psicoterápicas, a exemplo da dessensibilização. As técnicas a serem utilizadas devem conduzir o cliente para o aprendizado de que é possível não se generalizar uma experiência particular para a pluralidade de sua existência, desenvolvendo o senso de gratificação e eficácia pessoal.

A Farmacoterapia deve estar associada à psicoterapia. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina – ISRSs, são considerados os tratamentos de primeira linha para o TEPT, devido à comprovação de sua eficácia, tolerabilidade e segurança. Eles reduzem os sintomas de todos os grupos de sintomas associados e são eficazes na melhora dos sintomas exclusivos do TEPT, e não apenas dos sintomas semelhantes aos de depressão ou de transtornos de ansiedade.

Resultante de um processo favorável, a pessoa passa de “vítima” para “sobrevivente”, passando a vivenciar o senso de capacidade de enfrentamento das dificuldades e o senso de vitória.

Enviado pela psicóloga Bette Araújo - CRP 13/6159    Contato: 83 8850 9974

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