Preocupe-se menos, viva melhor.

Foto: Júnior Paiva

A preocupação é um sentimento desagradável que leva o indivíduo a sofrer antecipado ou, muitas vezes, até desnecessariamente. Ficar pensando no que poderá acontecer no futuro é o clímax da preocupação.
Isto é, aliás, uma particularidade dos humanos. Muitos ficam horas e dias pensando em algo que não sabem como irá se desenrolar, mas que as hipóteses montadas através dos pensamentos, levam o indivíduo à tristeza, melancolia e desilusão.

Se não existisse a preocupação certamente a vida seria mais prazerosa. Considere-se os animais, que são desprovidos deste sentimento. Eles vivem o aqui e agora desfrutando de cada momento sem antecipar acontecimentos ou tentar prever catástrofes. Neste aspecto, eles conseguem aproveitar tudo que a natureza oferece, desde uma boa respiração até a brisa suave que toca seus corpos. 

Muitas pessoas ignoram tudo de bom que existe, agora, em volta de si e apegam-se a imaginações persistentes direcionadas a problemas que, em muitos casos, não terão a menor chance de existir. Desta forma, os pais saem de casa tão preocupados que esquecem de desfrutar do sorriso do filho, do abraço apertado e até das infantes brincadeiras que eles fazem. Muitos esquecem de olhar o quintal, de sentir o ar fresco da manhã e de permitir que o vento massageie seu corpo e traga calma. 

A preocupação excessiva faz as pessoas se tornarem insensíveis às pequenas e belas coisas que existem em sua volta. Elas não conseguem sentir prazer em observar a beleza natural das coisas e parecem viver como se estivessem à beira da morte. Junto com a preocupação está a pressa que faz o cérebro travar, o sangue circular mais rápido e a vida envelhecer mais depressa. Preocupar-se pode levar à morte muito mais rápido do que se imagina. A pessoa extremamente preocupada esquece que este sentimento jamais conseguiu ajudar na resolução de qualquer problema. 

O homem que se preocupa demais, não dorme à noite, não atenta para a esposa, não brinca com os filhos, não conversa com os vizinhos nem tem tempo para desfrutar o presente. Ele vive tentando resolver o futuro ou pensando ser possível trazer o passado de volta. Muitas vezes, apenas quando está em um leito de hospital é que descobre que a vida continuará lá fora sem a sua presença. Em muitos casos esta descoberta é muito tarde. 

Uma pessoa que passa o dia inteiro preocupada acaba se tornando muito amarga e difícil de conviver. Trabalhar ao lado de pessoas assim é algo desagradável e poucas pessoas conseguem. Muitas esposas chegam a abandonar maridos que não têm tempo para viver o presente. Muitos filhos crescem sentindo falta de algumas horas de lazer com seus pais que são preocupados demais para brincar. 

É possível que a forma como a sociedade venha encarando a vida estimule as pessoas à preocupação. O medo de perder o emprego ou de ser preterido em algum cargo pode ser, também, um bom estimulante à preocupação. Muitos se preocupam com a possibilidade de perder seus bens. Têm tanto medo de perder o dinheiro que possuem que vivem como se não o tivessem. 

Atrelado à preocupação estão as doenças psicossomáticas, ou seja, doenças que se manifestam no corpo estimuladas por problemas na alma. A hipertensão, dor de cabeça, gastrite, insônia, úlcera, AVC, etc, podem, também, ser provocadas por excesso de preocupação. 

A melhor maneira de não alimentar a preocupação excessiva é começar observar as coisas que acontecem agora e treinar o comportamento de esquecer aquelas que não existem ainda ou que já passaram. Viver o aqui e agora é poder desfrutar de tudo que é verdadeiramente real e que está acessível neste momento. Isto inclui o afago dos filhos, o carinho da esposa, a caminhada entre o vento, a observação da natureza e tudo que for prazeroso e possível de ser realizado agora.

Joacil Luis - Psicólogo - CRP 13/6160                       Contato: 83 8745 4396.